O maior perigo que existe numa guerra é pensar que o inimigo já foi derrotado antes do tempo. Isso lhe permite se reorganizar, juntar forças novamente, e investir contra nós uma vez mais. O diabo adora fingir que não existe: ganha tempo para agir com tranquilidade. E o diabo latino-americano tem nome: comunismo. Usa diferentes apelidos, é verdade, como socialismo bolivariano, sindicalismo populista etc. Mas é tudo, na essência, a mesma droga. E ele não morreu ainda.
Sofreu importantes derrotas, fato. A mais importante delas se deu justamente no Brasil, com a retirada do PT do poder. Na Argentina também sofreu duro baque, com a saída de Kirchner e chegada de Mauricio Macri. Na Venezuela, ele anda de forma capenga, ameaçado, mas lutando com violência para destruir de vez as liberdades e a democracia. E na Nicarágua, continua firme e forte. É o que destaca Lucas Berlanza em seu blog:
Maduro pretende supostamente retirar a Venezuela do sufoco, mas o “faz”, depois de adquirir grandes poderes mediante a determinação do “estado de emergência”, estabelecendo nada menos do que o “trabalho forçado”, intervindo nas decisões dos agentes econômicos da maneira mais radical possível e controlando diretamente a força de trabalho. Trata-se de uma interferência inteiramente abusiva e descabida, que nos faz rir dos pândegos que debocham de nós quando falamos palavras como “comunismo” e “socialismo” em “pleno século XXI”. Pois é, aí está. Que nome vocês dão para isso? Inspira-se Maduro no capitalismo liberal para estabelecer medida tão asquerosa?
Para além da miséria venezuelana, a Nicarágua também enfrenta dias de apreensão. Em seu terceiro mandato, o presidente Daniel Ortega – assim como Dilma, ex-guerrilheiro, e líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional – tomou uma atitude temerária. Na última eleição, acusado de fraude – um discurso que aparece com frequência por estas bandas, quase sempre com boas razões para tal -, Ortega recebeu do Tribunal Eleitoral amplo controle do Parlamento, para retirar cargos dos deputados oposicionistas. O Tribunal determinou que a diretoria da Assembleia Nacional retirasse os cargos dos deputados eleitos em 2011 pela principal legenda de oposição, o Partido Liberal Independente.
Confirmando-se isso, Ortega praticamente concorreria sozinho, sem nenhum adversário de expressão, nas próximas eleições. Os filhos do presidente já chefiam empresas estatais, segundo a bacharel em Relações Internacionais Jamile Calheiros, e ele deve apontar nos próximos dias seu vice, já esquematizando a geração de um sucessor. Na prática, através de suas manobras, Ortega está concentrando os poderes do país nas mãos de um único partido soberano, o que é a receita para um desastre ditatorial.
Essas figuras foram as mesmas que, afetando a mais expressiva “tendência democrática”, acusaram o Brasil de estar promovendo um “golpe de Estado” ao depor Dilma Rousseff. Durante todo o período lulopetista, nosso país, hoje atacado por esses diminutos trogloditas, patrocinou suas loucuras, protegeu e rendeu loas aos seus delírios e aos seus horrores.
Não podemos achar que os comunistas desapareceram de cena com a derrota temporária do PT. O “partido” pode ter minguado, mas o petismo continua vivo, em suas diferentes formas e linhas auxiliares, como o PSOL, a Rede e demais. Na América Latina, esses populistas de esquerda não vão simplesmente jogar a toalha; vão pensar em novas formas de avançar contra a democracia, contra nossas liberdades. É só o que sabem fazer, e em países com tanta ignorância e miséria, sempre encontrarão um terreno fértil para sua demagogia.
Não pensem, portanto, que a guerra terminou com a saída do PT, que ainda precisa ser confirmada (e será). Vencemos uma batalha importante. Mas estamos longe de ter derrotado de vez o inimigo. Ele ainda se articula por aí, troca de roupa, de embalagem, mas segue em sua missão destrutiva e totalitária. Relaxar é o caminho da derrota. Nunca podemos descansar com tantos inimigos da liberdade à solta por aí, representados por partidos políticos, sindicatos, “movimentos sociais”, “movimentos estudantis”, ONGs etc.
Cochilou, o cachimbo cai.
Rodrigo Constantino
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