Em 2002, Paul Krugman escreveu uma coluna no NYT clamando por uma “bolha imobiliária” que fosse, para evitar a recessão causada pelo estouro da bolha de tecnologia. Às vezes é preciso ter cuidado com aquilo que se deseja, não é mesmo? As políticas expansionistas que Krugman demandava entraram em prática, e deu no que deu: a maior bolha de todos os tempos, levando o mundo ao pânico em 2008.
Mas para quem tem apenas um martelo, tudo se parece com prego. Krugman nunca defendeu outra coisa além da expansão fiscal e monetária. Para ele, é sempre desejável “estimular” a economia artificialmente. É o seu dogma, sua obsessão. E claro que aplaudiria a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros básica em zero nos Estados Unidos. Mas em artigo publicado no GLOBO hoje, fez mais que isso: atacou a intenção daqueles que discordam:
Portanto, não deveríamos nos surpreender ao ver instituições que servem aos banqueiros, sem mencionar boa parte da imprensa financeira, elaborarem intricadas justificativas para defender um aumento das taxas de juros que não faz sentido do ponto de vista básico da economia. E o debate dos últimos meses — no qual o Fed pareceu estar estranhamente ávido por elevar os juros apesar de alertas de pessoas como Larry Summers, de que seria um terrível erro — sugere que até mesmo as autoridades monetárias americanas não estão imunes.
Mas o Fed fez a coisa certa na semana passada: nada. E o uivo dos banqueiros deveria ser tomado não como razão para reavaliar a decisão, mas como uma demonstração de que o clamor por juros mais altos não tem nada a ver com o interesse público.
É por essas e outras que ninguém mais leva Krugman a sério. Ao menos ninguém sério. Ele virou um militante de esquerda, um proselitista ideológico da pior espécie. Chega a ofender todos aqueles economistas sérios preocupados com essa política frouxa jamais vista na história, capaz de produzir novas bolhas e distorções gigantescas no mundo. Vejam com os próprios olhos o que o Fed está fazendo, se parece algo “normal”:
O gráfico parece um eletrocardiograma de um defunto. Como achar que isso não tem efeitos perigosos para a economia global? Como achar que isso não pode produzir bolhas enormes mundo afora? Ao alegar que quem clama por uma normalização da taxa de juros do Fed defende apenas interesse de banqueiros, e não o interesse público, Krugman se equipara aos petistas ou à turma xiita do PSOL. É muito triste ver que alguém com um Prêmio Nobel de Economia possa ter descido tanto o nível para chegar nesse fundo do poço…
Rodrigo Constantino
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