Foi preciso um mártir da própria imprensa para que esta despertasse de sua sonolência habitual dos últimos anos. Há honrosas exceções, claro, de quem já vinha fazendo alertas antes. Mas o tom geral mudou somente agora. A chapa esquentou, e a falta de controle ficou visível. A crescente anomia salta aos olhos. O editorial do GLOBO de hoje toca na ferida sem titubear:
Criou-se um ambiente tal de hostilidade que repórteres viraram alvo de marginais travestidos de manifestantes, até chegarmos ao assassinato de Santiago. É óbvio que a punição tem de ser exemplar, para sinalizar os limites que têm de existir num país democrático em qualquer manifestação popular.
Também são de praxe as declarações de pesar feitas por políticos, inclusive Freixo, já encontrado no passado em atos típicos de quem deseja mais “acirrar contradições” do que trabalhar pelo apaziguamento em conflitos sociais e políticos.
Agora, é preciso ir muito além do declaratório. Tem-se de repudiar estes grupos e agir para que eles, garantidos todos os direitos estabelecidos em lei, sejam de fato contidos e punidos. Partidos, organizações sociais, sindicatos têm de, às claras, mostrar de que lado estão: da violência justificada pelos fins ou a favor do estado de direito democrático, no seu sentido mais amplo.
A hora de separar o joio do trigo é essa. Não dá mais para bancar o “neutro” o tempo todo. Há um grupo de marginais mascarados que pretende “destruir o sistema”, agredir policiais, depredar bens públicos e privados. Estes devem ser contidos, reprimidos, coibidos pela força da lei.
O estado democrático de direito precisa prevalecer. A violência “revolucionária” não deve ser justificada. Eis o momento de cada um assumir de qual lado está. Coragem, minha gente!
Rodrigo Constantino