• Carregando...
| Foto:
Uma aluna Uma aluna “aprendendo” matemática com um “keynesiano de quermesse”

É impressionante! Há uma turma de economistas que sempre prega a mesma receita fracassada, mas que não só se recusa a aprender com os próprios erros, como usa a fase de ajustes necessários da crise que ajudou a criar para atacar os liberais. Eles estão sempre pedindo mais governo, mais intervenção, mais impostos, mais gastos públicos, mais crédito artificialmente barato. E quando a bomba inflacionista explode, eles fingem que não tiveram nada a ver com os problemas e passam a criticar os defensores dos ajustes ortodoxos.

Hoje mesmo tem um artigo de um desses “keynesianos de quermesse”, para usar a expressão de Alexandre Schwartsman, publicado na Folha. Atende pelo nome de Pedro Paulo Zahluth Bastos. Tinha que ser da Unicamp, claro! É tanta inversão, mas tanta inversão, que dá até preguiça de começar a refutar as bobagens, e olha que preguiçoso é algo que não sou, como os leitores podem atestar pela quantidade de textos diários. Vejam o que diz o professor:

No máximo, os constitucionalistas de hoje vestiram ontem a camisa da austeridade. Diziam que o corte do gasto público era necessário para reverter a desaceleração da economia e retomar a confiança do empresariado.

Estes, poupadores, colocariam o dinheiro para criar empregos, em vez de ficarem paralisados pela desconfiança em um governo que não economizava impostos recolhidos preferencialmente de pobres e remediados, no montante suficiente para pagar juros de títulos públicos apropriados pelos ricos.

Pouco importa que as receitas tributárias estivessem caindo, sintoma da contração em espiral do gasto privado. Keynes e o gasto público anticíclico são antiquados no Brasil, mesmo depois de 2008.

Superavit fiscal primário a qualquer custo: eis o lema dos austeros em 2014. Embora haja hoje quase um consenso internacional, mesmo em periódicos científicos ortodoxos, de que um governo não consegue poupar mais quando uma economia caminha para a recessão ou então a aprofunda, o governo reeleito fiou-se na falta de luz dos “austericidas” –os austeros suicidas– e seguiu seu conselho.

Ou seja, o problema é o sintoma, não sua causa! O homem condena a necessidade de o governo perdulário ter que apertar os cintos – algo que ainda nem fez – em vez de condenar a gastança anterior que nos trouxe até aqui. É sempre a mesma ladainha: os rentistas querem garantir seus juros altos e blá-blá-blá, ignorando que os juros são altos por causa do governo perdulário que essa gente defende. Não é incrível?

“Minha avó perguntaria: não seria o caso de mudar as injustiças do sistema tributário brasileiro? Nunca, bradam os constitucionalistas: viva a credibilidade, abaixo o seguro-desemprego, a CLT, as aposentadorias e, especialmente, o SUS”, conclui o professor da Unicamp. A avó dele deve estar satisfeita com os ótimos serviços prestados pelo nosso governo; com as leis trabalhistas da era Vargas, inspiradas na Carta del Lavoro de Mussolini, que tratam patrão como explorador; com nosso fantástico sistema universal de saúde; etc.

Em sua cabeça de “estado-afetivo”, ele quer apenas mais impostos sobre os “ricos”, ou seja, se o estado tirasse um pouco mais do que os já quase 40% que tira da iniciativa privada, tudo seria uma maravilha! E ele ainda fala em nome das leis econômicas, alguém que ridiculariza como “austericidas” aqueles economistas que entendem a lei mais básica da economia: o governo não pode gastar mais do que arrecada, ao menos não impunemente.

Ironicamente, há pouco depois do texto a coluna do próprio Alexandre Schwartsman, que derruba algumas dessas falácias dos que querem sempre endividar ainda mais o governo, até ele quebrar de vez a nação. Logo no título ele brinca com o mantra de Obama, dizendo “No, we can’t!”. Ou seja, os “keynesianos de quermesse” acham que podem tudo, de cima de suas fantasias, inclusive ignorar as leis econômicas. Mas guess what? Não podem. Escreve o ex-diretor do Banco Central:

As consequências de expansão desmesurada do gasto, descaso com a inflação, controles de preços e intervenções no domínio econômico foram aceleração inflacionária, deficit externos crescentes, desarranjo de setores importantes e aumento considerável da dívida pública, sem, é bom deixar claro, conseguir acelerar o crescimento. Além disso, há razões para crer que, entre as heranças da experiência desastrada do período, se encontra também a impossibilidade de políticas anticíclicas.

[…]

Agora, com inflação na casa de 9,5% (7,7% caso desconsideremos as tarifas públicas), não há espaço para reduzir a taxa de juros sem criar um problema mais sério à frente. Já o crescimento da dívida pública atingiu mais de 9% do PIB nos últimos 12 meses, sugerindo que sua dinâmica consegue ser pior do que a observada mesmo em economias com dívidas maiores. Isso fica transparente na evolução do prêmio de risco associado ao Brasil, que foi a 3,7% ao ano, contribuindo para aprofundar a recessão.

Nesse contexto, só alguém sem a menor noção de funcionamento da economia e da história recente do país poderia sugerir aumento do endividamento como a solução para nossos males. Se isso bastasse, não estaríamos na situação complicada em que nos encontramos. Há risco que até o governo tenha sentido o tamanho da encrenca, mas certamente não os keynesianos de quermesse.

Como o texto do professor da Unicamp comprova, esses economistas nunca aprendem. Querem sempre mais gastos públicos, mais dívida, mais crédito barato, tudo pago, claro, com os impostos dos “ricos”. O problema do Brasil não é ter economistas assim, pois mesmo países como os Estados Unidos os têm; o problema é que eles estão há décadas no comando do show, deformando alunos nas universidades, influenciando governos, e, como podemos ver, fingindo-se de sonsos quando suas lambanças destroem nossa economia. Salve-se quem puder!

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]