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Os rebotalhos II. Ou: Quais são os acertos da esquerda?

Por Paulo Bressane

Falar sobre a incompetência e a roubalheira do PT já está ficando cansativo. O partido já era, será derrotado por seu próprio veneno ideológico ao acreditar que os meios justificam os fins. Ressaltando que os fins socialistas idealizados por eles seriam infinitamente piores para o povo brasileiro que os meios escusos e trapaceiros empregados em seu projeto de poder. Com a eventual derrota do petismo, resta a preocupação com a massa popular usada como instrumento de manobra pelos militantes e apaniguados de esquerda. Aliás, discutir vieses de esquerda ou direita nestas terras governadas por uma coalização de compadres políticos já está ficando irrelevante, afinal, ambos defendem o poder totalitário do Estado, visando, claro, o próprio umbigo.

EM MINHA COLUNA do dia 3/6, “Os rebotalhos”, publicada no blog de Rodrigo Constantino, recebi a crítica de uma de suas leitoras: “Legalzão esse posicionamento ‘moderado’ depois de milhares de posts nesse blog incitando ódio contra qualquer coisa vermelha, generalizando a política em ‘nós bons X vocês maus’, essa seletividade e dualidade maniqueísta é ineficaz a (sic) muito tempo e é sabido a (sic) muito tempo que nos torna massa de manobra! O mais divertido é você pregar a união social (mas que moço bonzinho Jesus) no começo do texto e no final colocar a culpa de todos os males nas ideias de esquerda. É assim mesmo que a direita vai conseguir dialogar com a esquerda, mostrando pra ela que tá errada!” A leitora alega que estou colocando todos os males nas ideias de esquerda, não é bem assim.

QUANDO DOU UMA OPINIÃO sobre certos assuntos, entendo que ela faça parte de um conceito de ideias bem mais complexo, e que eu, portanto, tenho que ficar aberto a controvérsias. Acontece que, até hoje, nunca recebi um contraponto demonstrando os acertos advindos da ideologia de esquerda. O que vejo são meias verdades e mentiras descabidas. Por favor, esquerdopatas, me esclareçam. Fechando o espaço, acredito sim, que todos nós, coxinhas e mortadelas – os rebotalhos usados para a manutenção do status quo dos poderes públicos – deveríamos nos unir em prol de um Brasil maior. Chegamos a um momento em que as diferenças ideológicas estão relegadas a um segundo plano. Todos perdemos, e quem continua ganhando o jogo é a politicagem rasteira de “Vossas Excelências”.

Comentário do blog: Acho curioso que, para alguns, propor o diálogo seja aderir ao “meio-termo”, um equilíbrio entre socialismo e capitalismo, talvez. Não! Em meu blog, todos são testemunhas, sempre houve espaço para o contraditório, e sempre procurei focar em argumentos. Agora, se a esquerda, em especial a esquerda radical, é incapaz de apresentar argumentos decentes e, principalmente, casos históricos favoráveis à sua ideologia, a culpa não é minha. Comentando minha última coluna da Gazeta do Povo, uma leitora de Francisco Razzo, citado no texto, escreveu: “Ele falou sobre o radicalismo dele? Deveria”. Razzo respondeu: “Radicalismo? Rodrigo é doce. Acho exagero dizer que ele é radical. Só se ser radical é quem vai a raiz dos problemas”. Eis o problema: há muita gente que, em vez de debater as ideias, prefere rotular o outro de “radical” e ponto final. Sou radical por combater o socialismo com veemência? Sou radical por detestar tudo que o PT fez com nosso país, nossa democracia? Sou radical por enfrentar o radicalismo da esquerda com determinação? Querer o diálogo, mesmo com a esquerda, é justamente rejeitar seu lado xiita, o PT, PCdoB e PSOL. Não há diálogo possível com quem quer te destruir, acabar com a própria democracia “burguesa”. A esquerda que tolero é o PSDB. Mas chamar os tucanos de esquerdista, no Brasil, já é tido como “radicalismo”. Aí complica, gente…

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