Por Paulo Bressane
Nas conversas telefônicas gravadas pelo delator Sérgio Machado, pode-se escutar Renan Calheiros se referindo a Delcídio do Amaral como um “rebotalho de gente”. Abri o Google e li: “Rebotalho – O que sobra após ter sido escolhido e retirado o que é melhor ou o mais aproveitá- vel”. Se acham que Delcí- dio é o rebotalho, serão eles o melhor ou o mais aproveitável? Com a corrupção e a mentira correndo nas veias de todos os partidos, estaremos ferrados se permanecermos ideologicamente divididos entre coxinhas e mortadelas, pois somos um povo desorganizado, ignorante e, sabe-se agora de forma mais clara, não passamos de uma enorme massa de manobra nas mãos de polí- ticos deteriorados. Conclusão: submissos ao poder dos senhores feudais neste país medieval, os rebotalhos somos nós.
ESTAMOS LONGE de nos tornarmos um povo organizado, como na Suécia, por exemplo, onde todos têm consciência cidadã e os parlamentares vão para o trabalho de ônibus, ou em veículo próprio, não têm assessores e muito menos direito a pensão vitalícia, plano de saúde privada e imunidade parlamentar, entre outras mordomias. Os suecos acreditam, e com razão, que dar privilégios e regalias aos políticos pode torná-los perigosos, porque faz com que se sintam superiores. Não é mesmo, “vossas excelências”? Sempre fomos um povo politicamente apático, compreende-se, portanto, a indignação dos senhores feudais das terras brasilis contra o despertar coletivo protagonizado pela operação Lava Jato e a “ditadura da justiça”, como a classificou o expresidente José Sarney.
PRECISAMOS nos unir e restabelecer os laços sociais. Um primeiro passo seria fazer com que os socialistas de esquerda começassem a entender que o Estado provedor é uma grande falácia, ou seja: um raciocínio errado mesmo que com aparência de verdadeiro. E voltando ao exemplo da Suécia, vale dizer aos inocentes úteis – vítimas dos socialistas militantes fantasiados de professores, intelectuais, artistas e apaniguados – que no meio do sé- culo o país era um dos mais ricos do mundo devido a sua economia liberal, até que, em meados da década de 70, a política do Estado intervencionista e provedor do bem-estar social ganhou força e terminou em uma profunda recessão econômica. A igualdade social só será alcançada com menos intervenção do Estado, e, claro, um esfrega na cara de vossas excelências.