Leio que organizadores de rolezinhos se filiaram à União da Juventude Socialista. Surpreso? Nem um pouco. Se, por um lado, os rolezinhos começaram como pura bagunça de gente desocupada, por outro lado foi logo capturado pelos socialistas que semeiam o caos. Era natural que alguns rolezeiros, entre os líderes, vissem nisso um trampolim para o “sucesso” político. Eles explicam os motivos:
Segundo Vinicius, a UJS o fez enxergar a necessidade de construir uma nova sociedade, onde as necessidades da juventude da periferia sejam atendidas. “Não queremos briga, arrastão e violência. Queremos apenas nos encontrar, nos divertir, beijar na boca e ocupar todos os espaços sem sofrer preconceito por parte da elite ou violência por parte da polícia. Não iremos desistir e, com o apoio da UJS, vamos até o fim”, disse ele.
Ou seja, para o inferno com essa coisa de propriedade privada e respeito ao próximo! Isso tudo é papo de liberal chato, de pequeno-burgues. Onde já se viu alguém achar que um shopping center, propriedade particular, pode manter afastada uma turma de mil “manos” só porque querem dar um “rolezinho” e dançar funk na praça de alimentação?
Preconceito? Não custa repetir o óbvio, sempre tão ignorado nesse país: não há preconceito algum quando um indivíduo, um casal, um pequeno grupo frequenta o shopping. O problema, que não tem nada a ver com cor ou renda, começa apenas quando o comportamento é inadequado para o local, especialmente com uma horda de centenas de arruaceiros.
Mas os arruaceiros e os socialistas se cruzaram, e foi amor à primeira vista. Uns são a cara e o focinho dos outros. Não querem respeitar os outros. Não querem saber de propriedade privada. Só querem o apelo à vitimização, que rende votos e poder.
Qual é a surpresa, repito, que líderes dos rolezeiros tenham visto no socialismo uma oportunidade para subir na vida? Alguns podem chegar até a deputado, senador, ministro, presidente! Não temos vários precedentes? Ou o ex-presidente Lula fez muito mais do que ficar dando rolezinhos por aí com megafone na mão disparando bravatas raivosas contra a “zelite” no passado? Ops, e no presente também…
Rodrigo Constantino
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