O caso de amor patológico dos “intelectuais” por utopias e ideologias totalitárias é antigo. Comunismo, nacional-socialismo e fascismo: nenhum deles foi parido pelo povo, pela classe trabalhadora, pelos “pobres e oprimidos”. Todos, sem exceção, nasceram das penas de pensadores, normalmente com extenso currículo na área de Humanas. Raymond Aron, não por acaso, falava do “ópio dos intelectuais” para se referir ao marxismo.
Lembrei disso ao ler a notícia de que a mais prestigiosa revista de esquerda da França, “Les Temps Modernes”, criada por Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, rompeu com o chavismo e denunciou a escalada autoritária de Nicolás Maduro. O atraso só não é mais chocante do que a canalhice. Afinal, são diversas páginas para apontar para bodes expiatórios e poupar o verdadeiro culpado pelo caos venezuelano: o socialismo que ainda defendem!
Não esperem uma dolorosa revisão de suas crenças. Claro que não! Foi “apenas” mais um experimento socialista fracassado, como tantos outros. Mas é porque deturparam Marx, óbvio! O socialismo é o agente oculto em toda análise sobre a tragédia venezuelana. É como se bastasse tentar uma vez mais, com pessoas ou circunstâncias diferentes, para o paraíso terrestre da igualdade finalmente nos dar o ar de sua graça. Amém!
É preciso ser um “intelectual” para defender certas coisas. Lula, por exemplo. O bandido responsável pela destruição do Brasil recebeu artistas e “intelectuais” essa semana, que aproveitaram para falar de Marielle Franco, a vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro. Chico Buarque estava lá, naturalmente. Já quando Caroline Plescht, policial de Santa Catarina, foi morta por bandidos, nenhum desses ilustres “pensadores” gritou: Caroline, presente!
Em seu enterro e nas redes sociais só tinha povo se manifestando, revoltado com a morte de uma jovem trabalhadora que tentava defender as leis. É preciso ser uma “pensadora” como Márcia Tiburi para defender a “lógica do assalto”. Só mesmo uma filósofa como Marilena Chaui para achar que o mundo se ilumina quando Lula abre a boca.
Quando vemos o grau de estupidez de tantos “intelectuais”, ou militantes comunistas disfarçados de professores doutrinando jovens com bobagens esquerdistas em pleno século XXI, torna-se compreensível o desprezo crescente de tantos pela nossa “educação”, como nova pesquisa aponta. Ideologia de gênero não ajuda em nada no mercado de trabalho, por exemplo. Já o uso correto da língua e a matemática sim, mas isso não se aprende nas escolas inspiradas em Paulo Freire.
Diante desse quadro patético, cabe perguntar se não é melhor ser “alienado” e “ignorante”, quiçá “fascista”, pela lente vermelha desses incríveis “sábios” de esquerda…
Texto originalmente publicado na revista IstoÉ