A pós as delações que colocam Lula e o PT como os grandes responsáveis pelo gigantesco esquema de corrupção que assolou o Brasil, vemos os últimos ratos abandonando o navio em pleno naufrágio. É verdade que alguns ainda insistem, por lealdade. Mas diversos outros já ensaiam uma “autocrítica”, e se afastam malandramente do terrível legado do partido. Não há nada novo aqui. Ao contrário: o fenômeno se repete com uma precisão de relógio suíço. Embusteiros e crentes fanáticos defendem algum populismo qualquer de esquerda, pregam medidas sensacionalistas que delegam ao Estado o poder para curar todos os males do planeta, e depois que a coisa toda fracassa – pois o fracasso é inevitável – eles acusam os líderes daquele experimento pela desgraça. E seguem com a defesa do socialismo.
Os oportunistas agem assim para circularem sempre em torno do poder, feito moscas no mel, enquanto os crentes fanáticos simplesmente não são capazes de enxergar a podridão da própria seita ideológica, necessitando de bodes expiatórios para manter a ideologia pura. Por isso que o socialismo já acumula mais de cem milhões de mortes no currículo, tendo deixado um rastro enorme de miséria, escravidão e terror, mas ainda conta com inúmeros adeptos. Eis a tática que eles usam: “deturparam o marxismo”. Lenin, Stalin, Pol-Pot, Mao, Fidel Castro e mais recentemente Chávez e Maduro, entre tantos outros, desviaram-se do curso socialista, corromperam-se no caminho, e por isso não deu certo. Na versão tupiniquim, Lula e o PT tentaram implantar o modelo socialista, inclusive repetindo diversas vezes que a Venezuela era uma inspiração. Deu nisso.
E agora, diante dos milhões de desempregados, da inflação que destruiu a renda dos que continuaram com trabalho, e dos infindáveis escândalos de corrupção, não pensem que essa turma irá rever seus conceitos, questionar se o modelo em si é ruim, passar a defender menos Estado e mais privatizações e livre mercado. Nada disso!
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Rodrigo Constantino
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