Um grupo de pais tentou, na manhã desta quarta-feira, dar fim à ocupação do Colégio Estadual Paula Soares, no centro de Porto Alegre. A instituição permanece ocupada após acordo entre governo do Estado e secundaristas no dia anterior. Por volta das 9h30min, um dos pais rompeu o cadeado da entrada do prédio, e parte do grupo entrou no pátio.
Rosângela Lenz, mãe de uma aluna, retirou mesas e cadeiras que faziam uma barreira na entrada aos gritos de “a minha filha tem direito de estudar”. A partir daí, iniciou-se uma discussão entre pais contrários ao movimento e alunos, que fizeram um cordão de isolamento para impedir a entrada do grupo.
A Brigada Militar foi ao local numa tentativa de mediar o conflito. Até o início desta tarde, o impasse permanecia, e um advogado assessorava os secundaristas na busca de uma solução.
— Já foram feitas várias propostas dando tempo para desocupação. Como mãe, já estive várias vezes tentando dialogar. Tenho certeza de que alguns me ouviram e saíram tranquilamente. O que vejo aqui são quatro alunos querendo ter voz por 900 alunos — diz [Rosângela], fazendo críticas à direção da escola e ao Grêmio Estudantil. Além do Paula Soares, outros colégios da Capital seguem ocupados.
Esses pais corajosos estão de parabéns e merecem o apoio da sociedade. Chega desse abuso de poder por uma patota organizada que fala em nome dos estudantes, mas não os representa. No fundo, é uma turma de desocupados, militantes socialistas, que mesmo quando possui uma pauta legítima consegue jogá-la no lixo por seus métodos violentos, autoritários e ilegais.
Os alunos que assim desejam devem ter o direito de estudar. A minoria barulhenta não tem o direito de “ocupar” escolas com suas agendas políticas e, com isso, prejudicar milhares de estudantes. O Brasil sério está cansado desse Brasil velho, acomodado, “revolucionário”, sindicalista.
O Brasil novo veio para mudar isso tudo, para valorizar o mérito individual, quem estuda de verdade, não quem fica matando aula e fumando maconha com a camisa do Che Guevara, sonhando em ser político pelo PT, PSOL ou PCdoB amanhã. Essa cambada já cansou!
Saiam da frente que o Brasil trabalhador tem pressa, e precisa estudar para ser alguém no futuro. Não um senador petista, mas alguém que dê orgulho aos pais e amigos decentes.
Eis o fenômeno novo que temos visto finalmente no país: a maioria silenciosa, cansada e indignada, tem reagido a essa minoria organizada e barulhenta. Fecho com uma passagem de Edmund Burke que ilustra com perfeição a força que essa gente tem:
Porque meia-dúzia de gafanhotos sob uma samambaia faz o campo tinir com seu inoportuno zumbido, ao passo que milhares de cabeças de gado repousando à sombra do carvalho inglês ruminam em silêncio, por favor, não vá imaginar que aqueles que fazem barulho são os únicos habitantes do campo; ou que logicamente são maiores em número; ou, ainda, que signifiquem mais do que um pequeno grupo de insetos efêmeros, secos, magros, saltitantes, espalhafatosos e inoportunos.
Rodrigo Constantino