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A Panaceia de Rodrigo Constantino

Por João Cesar de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

O esforço para levar as ideias da liberdade – e da responsabilidade que ela exige − às massas está construindo novas estradas. O viés econômico que sempre marcou a difusão do liberalismo está dando lugar a investidas mais emocionais, com linguagens e abordagens mais populares.

Panaceia, novo livro do Rodrigo Constantino, contribui com esse esforço.

Se Freud dizia que o comunismo veio para substituir a adoração aos milhares de santos católicos, Constantino tenta nos mostrar que o socialismo de nossos dias – que maquiavelicamente se aproveita de nossa herança cristã − promete ummundo melhor, povoado por pessoas gentis, cultas, solidárias umas com as outras. Um paraíso liderado por santos socialistas.

Se o cristianismo promete o paraíso no pós-vida, o socialismo, em todos os seus disfarces, promete um paraíso aqui mesmo, desde que o povo confie sua vida, seu trabalho e sua liberdade aos líderes de seus partidos.

É difícil de aceitar, mas a vida é dura. A vida é difícil. A pobreza é nossa condição natural. O sujeito que nasce e morre pobre incorpora a realidade da vida, tal qual a gazela que morre antes de procriar. A vida é cruel. O ponto fora da curva é o pobre que enriquece e a gazela que morre de velhice.

É difícil aceitar que a vida é justa em toda sua crueldade. Aceitar isso significa reconhecer todas as nossas limitações, a culpa por nossos fracassos. Por isso, a maioria das pessoas prefere culpar alguém, o mundo, o capitalismo, a religião dos outros, o capeta por tudo o que nos incomoda e amedronta – e nada nos amedronta mais do que a responsabilidade sobre nossas decisões.

Constantino coloca-se fora de sua própria curva ao publicar um conto breve e objetivo, com metáforas tão próximas a nossa realidade que nos faz enxergar personagens de nosso próprio cotidiano social, cultural, profissional e midiático.

A problemática abordada é simples: Algo precisa ser feito para melhorar o mundo. O quê? Quem teria sabedoria suficiente para saber o que todos os outros seres humanos precisam?

O povo, então, se enxerga entre a cruz, a espada e a ciência. Faz suas escolhas. A fé em Deus. A fé no líder socialista. A fé nos números. Raros são aqueles que buscam o mundo melhor em si mesmos.

O vírus que motiva a viagem à Panaceia simboliza todos os nossos dramas cotidianos; e para cada um deles, há quem tente vender a solução.

É difícil enxergar que todas as viagens que fazemos na direção do paraíso resultam, na melhor das hipóteses, na substituição de velhos problemas por novos.

Os monstros no caminho até Panaceia são nossas próprias limitações e fraquezas. Explorando-as, os falsos messias de todos os tempos se ergueram. Por trás de todo altruísmo há um pervertido, alguém que sente prazer em dominar os demais − olhar de cima.

O liberalismo assusta porque devolve para o colo de cada pessoa a responsabilidade sobre sua vida, sobre sua felicidade. Culpe-se!

Panaceia − o livro − não oferece o mapa do tesouro. Apenas tenta sussurrar na alma do leitor que a vida é dura e a melhor forma de melhorarmos o mundo é melhorarmos a nós mesmos, para que não precisemos pedir ajuda a ninguém, para que não caiamos na tentação de culpar os outros por nossas desgraças pessoais.

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