Parente diz que governo não vai mais interferir nos preços da Petrobras

Ao tomar posse nesta quarta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que o governo federal não vai mais interferir nos preços de combustíveis da companhia. Segundo Parente, “acabou” a influência política na estatal.

“O preço é uma decisão de natureza empresarial”, afirmou, em sintonia com o discurso do presidente interino Michel Temer (PMDB). “O governo não vai interferir na gestão profissional que ele quer que a Petrobras tenha.” Uma das principais críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff tinha por alvo o controle obsessivo e desastroso dos preços administrados como forma de segurar o avanço da inflação.

Parente se negou a antecipar se haverá ou não um reajuste no preço da gasolina, limitando-se a dizer que a empresa fará “o que for necessário”. “Não vou falar especificamente o que vai acontecer com os preços”.

Assim se espera! A decisão do preço é empresarial, depende de inúmeros fatores, mas não deveria depender dos interesses dos políticos no poder. Claro que o ideal seria a ausência desse risco de intervenção indevida do governo na empresa, o que só seria possível mesmo com sua privatização. Mas já é um alento saber que a nova gestão pretende tentar blindar a maior empresa do país, hoje praticamente quebrada, das garras populistas.

Por praticar preços sistematicamente abaixo dos de mercado, a Petrobras passou a enfrentar ainda mais dificuldades. Já teria problemas graves pelo fato de ser mal gerida, de ser palco de corrupção, cabide de emprego, vaca leiteira de artistas da esquerda caviar, instrumento de “camaradagem” ideológica na geopolítica etc. E adicionou insulto à injúria ao bancar tudo isso com menos receita do que deveria, pois foi usada pelo PT como âncora inflacionária (o que não funcionou, como deu para perceber).

Quanto menos ingerência política na empresa, melhor. O mínimo só será viável quando ela for mesmo privatizada. Até lá, vamos cobrar uma gestão mais profissional e menos politiqueira. A Petrobras é mais uma que agradece a saída de Dilma. Quem quer ela de volta? Só louco. Ou safado.

Agora, se os preços da gasolina, que já são altos no Brasil, subirem ainda mais, isso não será culpa da nova gestão mais profissional, e sim da ausência de competição no setor, que foi protegido pelo ranço nacionalista há décadas. A alta carga tributária para alimentar o estado guloso também explica parte do problema.

Nos Estados Unidos, onde o petróleo é ainda mais estratégico, há várias empresas privadas competindo. O preço é muito menor. Às vezes chega à metade daquele praticado nas bombas do Brasil. O petróleo é nosso? Só rindo mesmo…

Rodrigo Constantino