A radicalização esquerdista dentro do Partido Democrata tem sido assustadoramente rápida. Não chega a ser novidade para quem acompanha mais de perto a política americana (exclui todos que consomem “informação” por nossa grande imprensa). Em Silent Revolution, Barry Rubin já tinha mostrado como extremistas tomaram o “liberalismo” e, em seu nome, passaram a pregar uma agenda radical revolucionária.
Hoje as estrelas do Partido Democrata são socialistas assumidos, gente como Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez, Kamala Harris e Ilhan Omar. Esta última é uma muçulmana que anda com figuras do Islã radical, e fez várias declarações antissemitas ao longo de sua vida. Só nas últimas seis semanas precisou “pedir desculpas” três vezes, ainda que de forma dissimulada.
A coisa chegou a um nível tão desconfortável que os próprios democratas tiveram que fazer alguma coisa. Afinal, a maioria dos judeus americanos é democrata, algo inexplicável do ponto de vista lógico. Uma resolução condenando abertamente as falas da colega foi preparada, então. Mas faltou coragem.
No momento final, o nome de Ilhan Omar foi cortado, e em vez de atacar o antissemitismo, a resolução preferiu incluir uma lista enorme de alvos de preconceito e discurso de ódio. A “islamofobia” foi citada antes do antissemitismo, que acabou diluído no meio da longa lista, tal como um “remédio” de homeopatia.
O ridículo do show foi tanto que vários republicanos se recusaram a assinar a resolução. Isso foi usado pelos próprios democratas como “prova” de que, no fundo, são os republicanos os racistas e preconceituosos! Uma inversão cafajeste, tosca, já que esses congressistas já tinham assinado uma resolução anterior condenando o preconceito, quando o alvo era um republicano.
Eles se recusaram a participar de um esquema patético de blindagem da congressista Omar. Tanto que, logo depois, a própria Omar comemorou a resolução em suas redes sociais! Ela, que era a razão daquela resolução, fingiu que era uma vitória sua o Congresso aprovar algo condenando o preconceito. Vários colegas de partido fizeram o mesmo, numa encenação podre, lamentável.
Nancy Pelosi perdeu o controle do partido. As bases são dominadas pelos radicais. O Partido Democrata não consegue mais nem mesmo condenar uma companheira abertamente antissemita! É o partido que passou a defender aborto tardio, praticamente infanticídio, além do socialismo escancarado, de um Green New Deal stalinista e infantil de tão utópico e idiota.
O Partido Democrata virou uma espécie de PSOL da América. Mas ainda tem gente que “pensa” que não há esquerda nos Estados Unidos. Depois não entende como alguém como Donald Trump é eleito…
Rodrigo Constantino