Deu no Estadão: Governo paga quase 30% dos salários do pessoal ocupado no Brasil, diz IBGE
O governo é responsável por pagar quase 30% dos salários do País, segundo o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora represente apenas 0,4% das organizações do cadastro, a administração pública, incluindo as três esferas do governo (Federal, Municipal e Estadual), absorveu 19,9% do pessoal ocupado assalariado e pagou 29,8% dos salários e outras remunerações em 2012.
O governo também pagou os salários médios mensais mais elevados, R$ 2.723,29, contra uma média de R$ 1.842,09 das entidades sem fins lucrativos e R$ 1.722,71 das entidades empresariais.
No ano, as empresas representavam 89,9% das organizações do País, com 76,3% do pessoal ocupado total (que inclui sócios e proprietários), 73,4% dos empregados assalariados e 63,9% dos salários e outras remunerações pagos em 2012.
Depois querem saber por que o Brasil é um país com tantos defensores do aumento do estado… eis a resposta mais prosaica: interesses! Claro, a ideologia é que permite esse tipo de coisa. Trata-se, na verdade, de uma simbiose entre crenças ideológicas e interesses comezinhos, e eis o resultado: um monstrengo que banca quase 30% dos brasileiros.
O fardo fica cada vez mais pesado para quem cria riqueza, para quem produz a renda que paga os funcionários ligados direta ou indiretamente ao estado. É muito parasita para pouco hospedeiro. Claro que não são parasitas todos esses dependentes do salário pago pelo estado. Muitos de fato trabalham duro e em funções necessárias.
Mas há muito acomodado, encostado em tetas sem a devida cobrança e distante da meritocracia do mercado. E com salários acima da média do mercado! A conta não fecha. É muito dependente para pouca fonte de recursos. Como fica a isenção na hora do voto? Quem vai contra um modelo que defenda mais recursos para o Leviatã estatal, esse pesado paquiderme?
Como dizia Stanislaw Ponte Preta, personagem humorístico de Sérgio Porto: “Ou restaura-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”. O Brasil, com esse modelo tão focado no patrão estatal, acaba criando um mecanismo perverso de incentivos, que pune aqueles de quem mais precisamos para o progresso: os empreendedores.
Rodrigo Constantino