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Patrulha ideológica venceu e Google demite funcionário que “ousou” falar de biologia dos sexos

Na carta de 3 mil palavras, o funcionário, um engenheiro, afirma que “as opções e as capacidades de homens e mulheres divergem, em grande parte devido a causas biológicas, e estas diferenças podem explicar por quê não existe uma representação igual de mulheres (em posições) de liderança”.

As aptidões naturais levam os homens a ser programadores de informática, enquanto as mulheres são mais inclinadas “aos sentimentos e à estética que às ideias”, o que as leva a escolher carreiras nas áreas “social e artística”.

Que absurdo! Não o que o funcionário da Google disse no memorando, mas a decisão da empresa em demiti-lo. Atenção, feministas: mesmo que o teor de sua fala fosse mesmo absurdo, isso não seria motivo suficiente para demiti-lo. Ou a liberdade de expressão não é mais valorizada?

Pergunta retórica, eu sei. Na “marcha das minorias oprimidas” em curso não há mais espaço para opiniões divergentes. A diversidade pregada pelos “progressistas” é só da boca pra fora. São intolerantes, querem um mundo homogêneo, com todos rezando a mesma cartilha. São piores do que os inquisidores de Torquemada!

Queimam na fogueira do ostracismo quem ousar discordar de sua cartilha politicamente correta. E o poder dos “fracos e oprimidos” nunca foi tão grande. Não vamos esquecer que Larry Summers, nada menos do que reitor de Harvard, perdeu o cargo pelo mesmo motivo, por um ponto bem similar que levantou.

Antigamente cientistas levantavam teses e buscavam evidências para refutá-las. Eis o método científico. As que sobrevivessem aos testes eram teses mais sólidas. Hoje não é possível sequer levantar teses científicas, ou falar em biologia. A ideologia está acima. A identidade de gênero venceu. A histeria com o aquecimento global venceu, e quem ousa trazer questões é um herege que merece perder empregos e verbas, sofrer o ostracismo e a demonização em público.

São fascistas, autoritários, incapazes de conviver com saudáveis divergências de opinião. Lembram da frase atribuída a Voltaire? “Posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las”. Pois é: velhos tempos de “intolerância religiosa”. Voltaire teria dito isso a respeito de Rousseau, quem ele considerava um “poço de vileza”.

Hoje basta aventar a possibilidade de que a biologia exerça alguma influência para ser apedrejado, demitido, detonado nas redes sociais, virar um monstro, um pária. Tudo é “construção social”, e é preciso ajoelhar perante as feministas e os líderes dos movimentos LGBTXYZ, caso contrário sofrerá a fúria dessa turma “tolerante” e “amável”.

Que mundo bizarro! Que tempos estranhos! E eu aqui, analisando meninos e meninas, e concluindo que são mesmo biologicamente diferentes em vários aspectos. Felizmente!

PS: Recomendo a todos o livro The Closing of the Liberal Mind: How Groupthink and Intolerance Define the Left, de Kim R. Holmes, do Heritage Foundation. Ele mostra bem como o liberalismo foi usurpado por uma esquerda radical e intolerante, que usa a política identitária para calar o debate e impor uma visão limitada de mundo a todos. Leitura imperdível para quem quer entender o mundo pós-moderno em que vivemos, e de preferência tentar salvar a liberdade individual tão ameaçada por essa patota.

Rodrigo Constantino

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