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Priscila Chammas, com o perdão do trocadilho, incendiou as redes sociais nesses dias. Não é famosa, não tem um canal na grande imprensa, nada disso. É uma jornalista nordestina que tocou numa ferida certeira ao escrever um desabafo em sua página contra o “mimimi” dos petistas que resolveram, de forma canalha, concentrar a artilharia em Cunha em vez de analisar o teor do pedido de impeachment em si. Eis o que ela escreveu e que já recebeu mais de 50 mil curtidas:

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Peço uma pausa no mimimi para alguns esclarecimentos:

1) Quem apóia o impeachment de Dilma (o/) não vai ficar ofendido se você falar mal de Eduardo Cunha. Quer ajuda? Eu falo também. Bandido, corrupto, feio, chato e bobo.

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2) O fato de Eduardo Cunha ser “do mal” não torna Dilma automaticamente “do bem”

3) Não se trata de indignação seletiva. Cunha vai cair, é só questão de tempo. Ele não tem mais como se explicar. Mas Dilma precisa de um empurrãozinho a mais pra largar o osso, o que ainda não é garantia que aconteça. Por isso a euforia de hoje.

4) Vi um argumento ótimo agora há pouco. Se um traficante ligar pra policia pra avisar que a vizinha está sendo estuprada, a denúncia é inválida? A vizinha, no caso é o Brasil, e o traficante, Eduardo Cunha. Adivinha quem é o estuprador? Pois é, estupradores não passarão.

5) Também achamos péssimo que o processo fosse aberto depois de uma chantagem, mas as opções eram: isso ou nada.

6) Não tem golpe nenhum. Parem de repetir clichê bobo. Impeachment foi feito pra tirar presidentes eleitos pela maioria mesmo. Isso é democracia. Se não pudesse tirar é que seria ditadura.

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7) Nós sabemos que não é Aécio que vai assumir, aliás sinto informar que não somos apaixonados por ele. Então podem falar mal à vontade.

8) Não precisam mais me mandar pra Miami. Já podem mandar pra Argentina que é mais perto. Pra variar, eles acordaram antes da gente.‪#‎cambiemos‬

Por enquanto é só, podem voltar a chorar.

E a chorar eles voltaram! Um deles, metido a crítico de cinema, um tal de Vidraça ou algo do tipo, já foi fazer “mimimi” sobre os “aliados de Cunha” que querem dar um “golpe” no PT, sendo que fez questão de dizer que Dilma nem é mais de esquerda, e sim “neoliberal” (hahaha). É tanta canalhice junta que nem vale a pena perder tempo respondendo. Mas a Priscila já deu um golpe certeiro na cara dessa turminha.

E eis que ela fez uma pergunta que também dá nó na cabecinha desses “progressistas”:

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Dúvida: sou mulher, nordestina, de Humanas, estudei em faculdade pública, e mesmo assim não sou de esquerda. Na condição de minoria oprimida, tenho direito a alguma bolsa do governo?

Ficará complicado o homem branco da elite, como o tal do Vidraça, atacar Priscila como ícone da “elite golpista” e bancar a “minoria oprimida”, não é mesmo? A esquerda cínica pira com tanta contradição esfregada em sua cara de pau…

Rodrigo Constantino