Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
O governo federal aumentou os gastos de cerca de 10 para cerca de 20 por cento do PIB em pouco mais de 20 anos. A PEC 241 diz que em 2017 esses gastos podem aumentar no máximo 7,2%. Ou seja, somando esse aumento e considerando a recessão da economia que diminuiu o PIB, os gastos federais deverão resultar em 22,1% do PIB.
Em 2018, com a projeção atual para o crescimento do PIB e a inflação, os gastos do governo federal serão de mais de 23% do PIB. Vejam a manchete que o site Spotnik destaca num artigo que deve ser lido: “Michel Temer pretende gastar R$ 30 mil em um jantar no Palácio da Alvorada para alguns poucos senadores com intuito de convencê-los de que é preciso fazer o governo gastar menos.”
Aí a falácia está clara. A PEC não fará o governo gastar menos, ela determina um limite para o aumento do gasto do governo e não uma diminuição no gasto. Se a recessão durar mais 5 anos e o Brasil crescer 20% nos próximos 10 anos e a despesa seguir a inflação que deve aumentar porque o governo terá que expandir a moeda para cobrir o endividamento e a queda real na arrecadação, é possível que cheguemos a mais de 25% de gastos do governo com relação ao PIB.
É óbvio que limitar gastos é melhor do que não fazê-lo, mas uma sociedade que aceita apenas isso e acha que com isso vai resolver seu problema, está fadada ao colapso. Não existem apenas duas alternativas, aumenta até um limite ou aumenta sem limites. Há outra alternativa cuja necessidade é imediata: diminuir o gasto. Sem falar na necessidade premente de liberar a economia e privatizar ilimitadamente.
Dizem que no longo prazo o resultado a ser obtido com a PEC 241 será positivo. Invoco aqui o pai dos movimentos inflacionários e insuflador dos gastos de governo, Keynes, para dizer que no longo prazo estaremos todos quebrados.
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