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A pediatra gaúcha e a liberdade sob ataque

Por Alexandre Borges, publicado pelo Instituto Liberal

Sobre a a pediatra gaúcha Maria Dolores Bressan:

1. Medicina, a despeito do que acontece numa certa ilha caribenha, não é escravidão. O médico tem obrigação ética e moral de socorrer qualquer pessoa numa situação de emergência, mas é óbvio e ululante que não pode ser forçado a atender alguém como cliente regular se não quiser, como qualquer prestador de serviço. No caso específico, a médica se prontificou a passar o prontuário e todas as informações ao próximo pediatra do filho da vereadora petista (e abortista), sem qualquer prejuízo à saúde da criança. E nem vou entrar no mérito da suprema hipocrisia de ver toda essa súbita preocupação com a infância de muitos defensores do assassinato de crianças no útero ou de quem relativiza erotização precoce e pedofilia. Especialmente, dos maus jornalistas que enterraram a história dos vídeos bestiais da Planned Parenthood.

2. Para não deixar qualquer margem de dúvida sobre esse caso específico, diz o código de ética médica: “O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.” Alguma dúvida ou precisa desenhar? (Código de Ética Médica – Conselho Federal de Medicinahttp://bit.ly/1RC2YD3)

3. Recusar um cliente por raça, por exemplo, é um crime previsto em lei, nem se discute. Recusar por questões de consciência não é apenas legal, é louvável, como prevê o código de ética médica citado. Todo petista, incluindo médicos, que não me quiserem como cliente, por favor não se sintam constrangidos. Sigam o exemplo da médica gaúcha, entreguem meu histórico e sejam felizes, respeito e aplaudo sua honestidade intelectual.

4. O boicote mais infame que acontece todo dia no Brasil não é explícito e sincero como este da pediatra, é o velado, o insidioso, o que não ousa dizer seu nome, é aquele que serve ao poder e não ao cidadão. É a editora que recusa o autor, é o jornal que afasta o jornalista, é a peça de teatro que perde o direito de tocar a música de um compositor, é o músico que tem seus shows desmarcados por questões de segurança, é a rádio que morre de medo de contratar comentaristas com opiniões divergentes, é a TV que só chama analistas que produzem declarações insossas para não incomodar, é o apresentador de talk-show que só escala amigos ligado ao partido, é a verba pública para artistas que obedece a critérios ideológicos, é 90% do povo brasileiro que é acusado de “nazismo” pelo governo pelo crime de discordar dele. Quem está gritando contra isso?

5. Como disse Thomas Sowell, da próxima vez que você ouvir de um esquerdista que ele apóia a diversidade pergunte a ele quantos conservadores dão aula do departamento de sociologia da sua universidade. Como você acha que o “professor” Mauro Iasi, aquele do paredão e “boa bala” para a direita, trata alunos ou pares que pensam diferente? Ou não se trata ninguém levando em conta o que pensa (o que é impossível) ou teremos sempre este tipo de hipocrisia com indignação seletiva. A presidente do país de vocês ontem sugeriu que quem discorda dela é nazista. Onde estão os textões, a revolta e a discussão sobre este tipo de divisão da sociedade promovida diariamente pelo lado de lá por razões meramente políticas?

6. Não são raros os casos no mundo artístico, acadêmico, das ONGs, movimentos sociais, sindicatos, entre outros, em que um profissional é boicotado por suas preferências políticas, o que é muito pior do que recusar um cliente para um atendimento não emergencial. Se um pediatra não atende uma criança numa consulta regular, numa cidade repleta de pediatras, qual é o dano real à criança? Já o ator, jornalista, músico, professor que não tem emprego, não recebe verba, não encontra editora, é diretamente prejudicado por patrulhamento ideológico e pode se ver incapaz de exercer a própria profissão. O que é mais grave: um médico que gentilmente diz para você escolher outro numa situação que não envolve emergência e numa localidade repleta de outros médicos ou um músico como o Lobão que sofre uma perseguição de muitos de seus pares e enfrenta enormes dificuldades para realizar shows por perseguição política? Para qual tipo de ataque ou boicote a sociedade deveria estar direcionando sua atenção neste momento?

7. A mensagem passada pelos que criticam Maria Dolores Bressan para a sociedade é: seja hipócrita, não assuma o que você pensa, ou você vai virar Judas em Sábado de Aleluia nas redes sociais e nas páginas de jornal. Eu sou publicitário e não faço campanha para petistas, qual é o problema? Por que diabos um petista iria lutar para ter um publicitário liberal em sua campanha? Não há publicitários, médicos, advogados, dentistas, veterinários, professores, contadores, personal trainers ou cabeleireiros suficientes no país que se alinhem com seu pensamento político? Seria melhor que ela tivesse mentido sobre seus motivos?

8. No jornalismo europeu, é comum que os veículos se identifiquem com a esquerda ou a direita. Um leitor do The Guardian, por exemplo, seria um eleitor do PSOL no Brasil, ele sabe que o jornal é feito por esquerdistas e para esquerdistas, para leitores que comungam com suas principais idéias e valores. No jornalismo americano, existe o nefasto mito da isenção. Com exceção de veículos como a FOXNews ou a MSNBC, é raro ver jornais dos EUA assumindo suas posições ideológicas, no máximo apóiam candidatos em eleições nas páginas editoriais. Qual veículo é mais honesto, o que se assume como de direita ou esquerda ou o que finge que é isento? Qual jornalista é mais crível e respeitável, aquele que diz livremente o que pensa ou o canalha que toda vez que alguém diz algo que ele não gosta fabrica uma pauta dizendo “Fulano cria polêmica nas redes sociais”, usando seu espaço na imprensa para criar um constrangimento público para seu adversário político?

9. O projeto de expansão ilimitada do governo é ideológico e atinge toda a sociedade, não apenas seus proponentes. Por que um liberal é obrigado a aceitar como cliente alguém que quer dividir a sociedade, empobrecer o país, destruir a economia, cercear a liberdade e instrumentalizar a política? Por que um esquerdista deveria ser obrigado a prestar serviços para alguém que quer acabar com seus privilégios injustificáveis, suas mamatas, suas sinecuras, seu salário hipertrofiado, seu emprego de mentira ou sua aposentadoria pornográfica?

10. Quando um confeiteiro cristão educadamente se nega a fazer um bolo para uma união entre pessoas do mesmo sexo, o que não impede a cerimônia, ele é alvo de todo tipo de perseguição, mas quando confeiteiros muçulmanos igualmente se recusam a imprensa não mostra qualquer interesse. Será que a intenção é mesmo proteger homossexuais ou perseguir cristãos? Como são tratados os negros, gays, mulheres, entre outros, quando se colocam publicamente contra a agenda política da esquerda? Ou mesmo quando apenas exercem suas profissões com independência, como o ex-ministro Joaquim Barbosa?

Uma sugestão final: todo liberal de Porto Alegre deveria dar apoio à atitude de Maria Dolores Bressan, não é hora dela ficar apanhando sozinha em público por defender o que todos defendemos. Seja solidário com ela e acostume-se a oferecer ajuda a quem sobre perseguição ou patrulhamento ideológico. Qualquer dia desses pode ser com você.

– Código de Ética Médica – Conselho Federal de Medicinahttp://bit.ly/1RC2YD3

– A multinacional do aborto, as origens racistas e os lucros milionários com a indústria da mortehttp://on.fb.me/1HkjG6u

– “Lições de Mauro Iasi” Olavo de Carvalho http://bit.ly/1H01JhG

– Cuba, a farsa – A baixa mortalidade infantil no país que pratica a eugenia se deve a um número escandaloso de abortos (Reinaldo Azevedo) http://abr.ai/1dOXxPQ

– Casal americano condendo por recusar um casamento gay na sua própria casa. http://on.fb.me/1skAf9R

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