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Pesquisa mostra que brasileiros preferem estado intervencionista, mas podemos reverter esse quadro

Por Luan Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal

Nos últimos anos, houve enorme avanço em direção a uma sociedade de mercado no Brasil. Com a falência das contas públicas, a atuação de think tanks e a difusão da internet, criaram-se centenas de grupos de estudos pelo país afora, o mercado editorial publicou diversos livros de ciência política que se tornaram best-sellers, houve vitória de algumas chapas liberais em eleições para DCE em universidades brasileiras, além da organização de centenas de eventos, palestras e promoção de debates com teor liberal. Houve, ainda, a quebra definitiva do monopólio da esquerda nas manifestações de rua.

Essas ações refletem alguma mudança no pensamento político dos brasileiros. Porém, pesquisas sobre a ideologia do brasileiro diferem muito em virtude de não utilizarem a mesma metodologia ao longo dos anos. A mais recente sobre o assunto foi realizada pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação. Eles trouxeram resultados interessantes e com um método relevante para medir o grau de intervencionismo ou liberalismo defendido pelos brasileiros. No caso, pedia-se para o entrevistado estabelecer em uma escala de 0 a 10 a relação da presença do Estado nas questões propostas que julgava ideal.

Os resultados dela mostram que, na cabeça do brasileiro, a economia deve ser regulada mais pelo Estado do que pelo mercado, além de que as principais empresas devem pertencer ao Estado, sendo este o principal agente de redução de desigualdades e de provimento de serviços básicos. Algo já esperado e perceptível no dia a dia, nas rodas de amigos e entre a família esse anseio popular.

Essas foram as conclusões detalhadas da pesquisa, segundo o Valor Econômico.

Entrementes, há resultados a comemorar. Analisando os gráficos, percebe-se que um número é consistente em todos os questionários. Segundo a pesquisa, ao menos 3,4% dos brasileiros estão em total desacordo com a ideia de que o Estado deve ser o principal responsável:

  • pelo bem-estar dos cidadãos;
  • pela redução da desigualdade de renda;
  • pela garantia das aposentadorias;
  • pelo provimento de serviços de saúde e educação;
  • pela redução das desigualdades de gênero e de grupos culturais e étnicos.

Ainda se trata de um nicho do eleitorado bastante reduzido, insuficiente para vencer uma eleição majoritária. Entretanto, é possível a eleição de uma bancada de políticos liberais que consigam influenciar os rumos do debate público nos próximos 4 anos.

Além disso, contribui o fato de haver na disputa presidencial candidatos como João Amoedo, Flávio Rocha e Henrique Meirelles, que possuem discurso econômico bastante liberal. Uma candidatura puramente liberal ainda não se mostra competitiva eleitoralmente em 2018, mas vários presidenciáveis historicamente anti-liberais possuem discurso, em algum grau, amigável a uma sociedade de mercado, como Geraldo AlckminMarina Silva e Jair Bolsonaro. Em larga escala porque ideias antes consideradas impensáveis já passam a ser mais aceitáveis. O próximo passo é torná-las mais populares e consensuais.

Com o trabalho de base sendo feito por grupos de jovens estudantes, pela atuação de think tanks, como este Instituto Liberal e o Instituto Mises Brasil, com a eleição de alguns liberais, há motivos para ser otimista com o crescimento da aceitação das ideias de mercado pelos brasileiros na próxima década.

Ter boas perspectivas em longo prazo, porém, não significa que a vitória das ideias da liberdade será concretizada. Apenas com muito trabalho e financiamento se pode vislumbrar a viabilidade e a continuidade deste movimento. O fortalecimento do trabalho de grupos de estudos, think tanks e alguns políticos proeminentes que defendam as ideias da liberdade perpassa, em larga medida, pela doação de pequenos valores. Uma maneira de ajudar a promover essas ideias é realizar cursos oferecidos por grupos e instituições liberais. Recentemente o Instituto Liberal lançou o Curso de Escola Austríaca, ministrado pelo economista Rodrigo Constantino.

Essa verdadeira revolução do pensamento ideológico dos brasileiros precisa da sua ajuda. O único pedido que faço neste texto é: independentemente de ser por trabalho voluntário ou dinheiro, não deixe de contribuir nessa eterna vigilância pela liberdade.

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