O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,2% no segundo trimestre, em relação ao primeiro, e confirmou a leve recuperação da economia brasileira. Foi o segundo crescimento consecutivo nesse tipo de comparação. Nos três primeiros meses do ano, o PIB havia registrado alta de 1%.
Apesar dos avanços em relação aos trimestres imediatamente anteriores, no primeiro semestre a economia teve variação nula em relação ao mesmo período de 2016. E, no acumulado em quatro trimestres, equivalente à variação anual do PIB, houve queda de 1,4%.
Falar em crescimento de 0,2% soa até irônico, mas se quisermos enxergar o copo meio cheio, em vez de meio vazio, ao menos a sangria da era petista foi estancada. Paramos de descer a ladeira de forma acelerada. Estamos estagnados.
Analisando um pouco mais no detalhe as contas nacionais, temos que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) sofreu contração de 6,5% no primeiro trimestre de 2017, a 13ª consecutiva. Esse recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações de bens de capital e pelo desempenho negativo da construção neste período.
A Despesa de Consumo do Governo, por sua vez, teve contração de 2,4%. Ou seja, finalmente os gastos públicos pararam de subir tanto, e chegaram a ter leve queda. Já a taxa de investimento no segundo trimestre de 2017 foi de 15,5% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (16,7%). A taxa de poupança foi de 15,8% no segundo trimestre de 2017 (ante 15,6% no mesmo período de 2016).
Esse continua sendo nosso principal calcanhar de Aquiles: a baixa taxa de poupança, que leva, por sua vez, a uma baixa taxa de investimento (e sem mais poupança o investimento será sem lastro, dependente da poupança externa, o que é sempre insustentável e suscetível a crises internacionais).
Em resumo, paramos de piorar tanto, mas estamos longe de uma recuperação verdadeira. Para tanto, será preciso fazer as reformas, especialmente a previdenciária. Os gastos públicos continuam sendo o maior dreno de recursos. O governo é o maior “despoupador” do país.
Dito isso, e feito o alerta de que estamos longe de uma melhora efetiva, que depende da aprovação de reformas estruturais, vale destacar, como fez o vereador Fernando Holiday, do MBL, os expressivos avanços um ano após o impeachment de Dilma:
Houve melhoras significativas, e se o PT continuasse no poder o Brasil teria falido de vez, poderia ser uma Venezuela hoje. Mas ainda é pouco. Sem reformas, nada de crescimento. Parar de despencar é sempre algo positivo. Mas ficar estagnado é muito ruim ainda, principalmente num país com 15 milhões de desempregados. É combustível para uma convulsão social.
Digamos que o paquiderme chamado Brasil conseguiu se equilibrar na corda bamba, mas se não avançar corre o risco de desabar novamente. Portanto, ou reforma, ou adeus Brasil!
Rodrigo Constantino
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