O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 2018, já descontados os efeitos sazonais, informou o IBGE na manhã desta quinta-feira (30). Foi o primeiro recuo nesse tipo de comparação após oito trimestres consecutivos de pequena expansão ou estabilidade.
A queda confirmou as expectativas da maioria dos economistas e deu o carimbo oficial à percepção – sustentada por diversos indicadores divulgados nos últimos meses – de que a economia brasileira está estagnada, após dois anos de débil recuperação. Depois de uma queda acumulada de 6,7% em 2015 e 2016, o PIB avançou apenas 2,2% na soma de 2017 e 2018.
O baixo investimento nos últimos trimestres reflete as incertezas com relação à retomada do crescimento e à aprovação de reformas para equilibrar a situação fiscal do país. Sem dinheiro em caixa, governo federal, estados e municípios também têm investido menos. Todos estão de stand-by aguardando o desenrolar das reformas no Congresso.
O Brasil real tem pressa! São cerca de 14 milhões de desempregados, fora outros vários milhões em subempregos e na informalidade. Sem crescimento, os problemas sociais serão como um barril de pólvora prestes a estourar.
O Congresso tem obrigação de agir com celeridade e compromisso com o interesse público. Não resta dúvida de que o “centrão” merece um puxão de orelha também. Mas o presidente precisa abandonar seu guru, que fica questionando se a Terra é mesmo plana nas redes sociais, para deixar de lado esse clima de guerra incompatível com a política, velha ou nova.
É hora de todos deixarem de lado interesses mesquinhos e picuinhas para salvar o país do caos. É o momento de mostrar patriotismo e espírito público. Mais responsabilidade, senhores! Ou não tardará e alguns vão começar a gritar volta Temer por aí, pois não se enganem: o presidente será culpado pela crise!
Rodrigo Constantino