Por Hiago Rebello, publicado pelo Instituto Liberal
Se existe algo que prezo, é a verdade e a realidade. Quando vejo a luta contra a homofobia, não posso dizer que é uma luta absolutamente imaginária, fictícia, já que a homofobia existe de fato em nossa sociedade. Posso acrescentar: todas as pautas de esquerda, em prol dos oprimidos, têm algo de real, de verdadeiro. O racismo existe, o machismo, o classicismo, etc. Mas em todo movimento progressista, ativista, há um problema crasso e incrustado: a violação da verdade.
É claro e cristalino que existe homofobia. É óbvio que homossexuais sofrem injustamente por causa de suas orientações sexuais; é evidente como a luz do sol que, em certos casos, homossexuais suportam uma irracionalidade abusiva vinda de homofóbicos – se duvida, caro leitor, é porque você vive em uma bolha –; contudo há um porém: quanto existe a homofobia? O quanto ela está enraizada em nossa sociedade, como ela se comporta e quais seriam seus níveis? São com esses questionamentos que, invariavelmente, o ativismo LGBT demonstra uma incrível falta de percepção do real.
É dito que o Brasil é o país onde mais homossexuais são vítimas de homofobia no globo e, apesar de duvidar francamente desses dados (Síria, Rússia, Arábia Saudita, entre outros países abertamente homofóbicos não me deixam crer que logo aqui, onde a homossexualidade é evidenciada ao ar livre e com muita facilidade, isso ocorra), vamos por as cartas na mesa: com um índice tão grande de crimes sem solução, assassinatos e violência no Brasil… como se espera que os homossexuais possam não sofrer da mesma violência que todo brasileiro costumeiramente padece, e como raios pode-se averiguar esse número exorbitante de homofobia com uma perícia e solução de crimes tão medíocre?
A cidade do Rio de Janeiro, sozinha, possui mais assassinatos do que gays mortos por homofobia em relação a todo o país (!), do que todo esse Brasil de proporções continentais. Estatisticamente, é mais seguro ser homossexual.
Mas coisas como essas não são bonitas de se dizer. Usar dados básicos e que, com facilidade, mostram a realidade de fato é quase que um crime. Crime por ofender o sentimento. O sentimento é mais poderoso que a razão. E daí que é mais seguro, estatisticamente, ser gay? A homofobia TEM QUE ser endêmica, TEM QUE, ser mais preocupante e gritante que a realidade. A verdade? Pouco importa.
O que importa é o sentimento de querer parecer bom, de ser do bem, de se importar com a minoria predileta da vez. Caso não vá e lute, creia e considere o sofrimento LGBT, mesmo se ele não for tão grande quanto alardeiam, mesmo que uma cidade, sozinha, tenha mais violência que toda a homofobia de um país continental… você tem que obedecer ao que SENTE, ao invés do que pode, racionalmente, averiguar.
A razão, necessária para verificar a realidade que nos cerca e move, deve ser descartada. Quem não tiver aversão á razão, quem não seguir a cartilha LGBT, é um monstro, e deve ser tratado como tal, como um sujeito que gosta de ver os outros sofrerem, quase um assassino, um homem boçal e ridículo, que não tem sentimentos.
Ai daqueles que não têm fobia da razão!
No Império dos sentimentos, quem pensa merece sofrer, e que se danem os sentimentos dos pensadores racionais. No caso recente do juiz que, afirma categórica, formal direta e literalmente que o homossexualismo NÃO pode ser considerado doença, dane-se o texto. O que importa é que ele gera um sentimento negativo para a militância LGBT.
Isso mesmo: militância. Se existirem minorias (ou, quem sabe, maiorias, já que vale a pena lembrar que homossexuais de direita não são raridades) que acharem positiva, a ação do juiz, essas não podem ser consideradas. Mais uma vez: dane-se se forem membros de uma comunidade homossexual. O que importa é a militância LGBT, não os homossexuais.
Aliás, outra coisa que realmente não importa para a militância LGBT é a maior minoria de todas, o indivíduo. Um homossexual não gosta de sê-lo? E daí? Ele TEM QUE SER, e que se dane a vontade que possui em não ser. Para o inferno com a livre escolha de um indivíduo, para a ponte que caiu (para não escrever outra coisa, se é que me entendem) com alguém que não se aceita como tal! Essa pessoa TEM QUE se aceitar assim, por conta de exigências de uma maioria, a maioria da militância LGBT.
É como se alguém fosse obrigado a se portar e agir de um jeito para sempre. Se essa pessoa não quer mais ter hábitos e condutas sexuais homossexuais? Mais uma vez, dane-se. Não é ela que escolhe, são as militâncias LGBT.
Mas os movimentos LGBT não eram em prol do indivíduo? Não lutavam, e lutam, por uma causa que, invariavelmente, assegurava a liberdade sexual das pessoas? Como podem, então, lutar contra a vontade de um indivíduo que não quer mais ser gay? Não é uma contradição de termos? Não estariam os princípios tão sagrados e justos dos movimentos LGBT sendo jogados no lixo?
Mais uma vez, meus caros, a razão que se dane. Ratiofóbicos não dão a mínima para a realidade. Mas me digam, caros leitores, quais são os limites de grupos que não dão a mínima para a razão? Talvez já saibam da resposta, uma terrível e vermelha resposta.
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