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O resultado das urnas no domingo 7 mostrou a força do movimento conservador em ascensão no Brasil. No rastro da Lava Jato, o eleitor deu um grito de protesto contra os políticos tradicionais corruptos, e diversos caciques ficaram sem cargos e privilégios.

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O pusilânime PSDB, incapaz de fazer oposição ao petismo, viu sua bancada desabar, enquanto o minúsculo PSL se tornou a segunda maior bancada da Câmara, mostrando a força do bolsonarismo. Uma bancada liberal foi formada pela primeira vez, com destaque para a garotada do MBL. E mulheres independentes, como Janaina Paschoal e Joice Hasselmann, foram eleitas com votos da direita “machista”.

Tudo isso e mais uma renovação recorde de cerca de metade do Congresso, o que não se via há duas décadas, alimentam as esperanças no futuro do País. É verdade que o PT ainda tem a maior bancada, apesar de ter perdido espaço e de Dilma Rousseff e diversos outros terem sido derrotados, enterrando de vez a “tese” de golpe do impeachment. Mas observar a segunda derivada é interessante para entender para onde a tendência está apontando. E aqui a conclusão é irrefutável: aponta para a direita.

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O Brasil tem um povo conservador nos costumes, mas havia uma total falta de representatividade na política, dominada por uma hegemonia “progressista”. Dessa vez o fator ideológico pesou bastante na hora do voto, e por isso se espera um ativismo maior com base nos princípios liberais e conservadores. A degeneração moral promovida pela esquerda terá finalmente um obstáculo maior, não dependendo apenas dos evangélicos, que têm feito um trabalho incrível de resistência.

Essas mudanças, porém, ainda necessitam de uma guinada no comando do Executivo também. Bolsonaro, com seus quase 50 milhões de votos, é certamente o favorito. Fernando Haddad, o poste de Lula, já suaviza o discurso de olho no centro, mas sua imagem completamente colada na do bandido preso não ajuda. E esse é o tom central agora: Bolsonaro precisa falar em união e conquistar mais votos no Nordeste, ao mesmo tempo em que reforça o risco com a volta do PT. Ou o Brasil vai apontar para a Venezuela, ou para o Chile. Vamos mirar na Coreia do Sul capitalista, ou na Coreia do Norte comunista. É isso que está em jogo.

Quando eu era moleque, costumava brincar muito de polícia e ladrão. Entendo a adrenalina de quem escolhia ser o vilão fugitivo, mas eu preferia sempre pegar os bandidos. Em resumo, é o que temos agora: um candidato que defende a polícia e quer endurecer com marginais, e outro que vai tanto se consultar com um bandido preso que já pode até alegar redução de pena se for um dia condenado. O Brasil vai escolher entre a polícia e o ladrão no segundo turno.

Artigo originalmente publicado pela revista IstoÉ