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Por Dennis Prager

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Um dos lamentos comuns de comentaristas de esquerda na Europa e na América sobre o Brexit é que a organização de referendos é uma má idéia.

O exemplo usado com mais frequência é o desprezo com que a esquerda trata o primeiro-ministro britânico, David Cameron, por ter sugerido o referendo em primeiro lugar.

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Mas por que a esquerda odiaria os referendos? Ela não alega representar “o povo”? Não é “o poder ao povo” um dos provérbios mais populares de esquerda? A esquerda americana não tenta abolir o Colégio Eleitoral precisamente porque não é diretamente representante do desejo “do povo”?

Seria de se imaginar, portanto, que se alguém gostaria de referendos seria a esquerda. Então, o que se passa? As respostas explicam muita coisa sobre a esquerda.

Em primeiro lugar, a esquerda se preocupa com “o povo” tanto quanto o Partido Comunista da União Soviética se preocupava com os trabalhadores. Para a esquerda, pessoas reais são ou instrumento político ou, quando apoiam a esquerda, idiotas úteis. A esquerda ama o poder, não as pessoas. Repita: A esquerda ama o poder, não as pessoas. Se isso não é compreendido, a esquerda não é compreendida.

A União Europeia é um exemplo perfeito. É um exercício esquerdista de controle das pessoas – neste caso, nações inteiras. Aquela grande fonte de dano social – o burocrata sem rosto e sem nome, neste caso localizado em Bruxelas, na Bélgica – busca controlar o máximo possível da vida de cada indivíduo europeu. Não há limite para o número e a extensão das regras que a UE aprova.

Para a esquerda, as nações são construções arcaicas, impedimentos para o ideal esquerdista de um mundo sem identidades nacionais. Esta utopia, regida recentemente por Bruxelas – Organização das Nações Unidas ou algo do tipo – será executada por um clero totalitário secular consistindo de partidos de esquerda; intelectuais de esquerda na academia e na mídia; grandes corporações que disputam subsídios do governo; e sindicatos trabalhistas, cujos líderes encarnam o amor pelo poder. Companheiros de viagem incluem as organizações ambientalistas e feministas e a esquerda religiosa (na medida em que a religião organizada ocidental exista em um mundo administrado pela esquerda).

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Desde o seu início, o principal, se não o único interesse que a esquerda teve nas pessoas é para controlá-las.

Essa é a razão para o medo e aversão dos referendos pela esquerda. Cada referendo dá às pessoas que ainda não são controlados pela esquerda a oportunidade extremamente rara de exercer o poder.

Isso é o que o povo da Califórnia fez quando votou para alterar a constituição do estado para definir o casamento como a união de um homem e uma mulher. A esquerda abominava a proposta, caracterizando-a como “ódio”. E depois que ela foi aprovada a esquerda fez o que sempre faz quando pode: usou juízes para derrubar a vontade popular.

A nação britânica fez na semana passada o que os cidadãos da Califórnia tinham feito. Eles exerceram a sua vontade independentemente da esquerda. Esses britânicos cujas mentes ainda não foram influenciadas pela esquerda disseram que preferem que a Grã-Bretanha continue britânica e seja autogovernada em vez de se tornar um país europeu sem identidade governado por Bruxelas.

Assim, o lado esquerdo está agora apoplético. Ninguém deve ser capaz de desafiar a esquerda e sair impune. Assim como quase todo mundo de destaque que apoiou a Proposição 8 da Califórnia acabou punido (como o CEO da Mozilla Firefox, que apesar de seu tratamento justo universalmente reconhecido aos gays, foi alvo de ataques furiosos unicamente por apoiar a noção de que o casamento deve permanecer definido como sempre tinha sido, uma união entre os dois sexos).

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A América deveria ter um referendo sobre se deve ou não sair das Nações Unidas, aquela terra de devastação moral amada pela esquerda. À luz do Brexit, os Republicanos deveriam apoiar fortemente essa ideia, mesmo que os resultados não sejam garantidos.

O Brexit representa um raio de otimismo. Mas, a longo prazo, até mesmo referendos podem não importar mais. Enquanto a esquerda controlar a educação e as notícias e a mídia de entretenimento, as populações vítimas da lavagem cerebral vão votar para destruir suas nações e a civilização ocidental em geral, como já acontece na instituição mais controlada pela esquerda: a universidade.

Enquanto isso, viva o referendo, a última ferramenta restante para os não-elites e os não-esquerdistas se expressarem.

* Publicado originalmente no Townhall.com, tradução livre