Por Juliano Oliveira, publicado pelo Instituto Liberal
Não tenho a intenção de desperdiçar meu voto. Esta é a razão pela qual não votarei em Amoedo (embora o considere um excelente candidato). Parto do pressuposto de que, desta vez, temos a chance de eleger alguém que se opõe firmemente a essa praga esquerdista que se espraiou pelo país ao longo dos últimos anos de PT. Entendo que os eleitores de Amoedo não aceitem esta tese. Entendo, igualmente, que não faz sentido que, após termos sido vitimados por longos anos de discursos contra a suposta elite burguesa e contra o “homem branco de olhos azuis”, alguns teóricos de direita (brilhantes, por sinal) oponham-se ferrenhamente à candidatura de Bolsonaro quando poderiam utilizar todo o seu aparato intelectual contra o verdadeiro perigo, o qual se localiza à esquerda do espectro político e que não morreu com a prisão de seu mandatário, ressalte-se.
Desta vez podemos escolher um candidato que possui a virilidade necessária para falar firme contra a ditadura de Maduro, do PT e do PSOL e não um candidato pusilânime como Aécio Neves que sempre foi complacente com os ataques que o PT desferiu contra a nossa democracia. Aécio Neves só foi escolhido como representante dos liberais nas eleições de 2014, ressalte-se, porque estávamos cansados de tanto esquerdismo e inépcia representados por Dilma Roussef e não víamos, num curto espaço de tempo, opção melhor para remover todo o ranço esquerdista representado por aquela economista que nada entende de PIB, taxa de juros ou inflação monetária, mas adora divagar sobre a possibilidade de estocar ventos. Aécio Neves, no entanto, jamais teria sido escolhido naquela ocasião se tivéssemos uma voz que representasse o liberalismo genuíno e possuísse qualquer chance de amealhar os votos necessários para ocupar o executivo de nosso país.
Alguém, a esta altura, deve estar se perguntando. Ora, mas não é justamente o liberalismo genuíno que João Amoedo, do Novo, representa? Sim, concordo. João Amoedo representa a voz de milhares de liberais que sempre quiseram que seus discursos sobre a importância da privatização, de um mercado desimpedido, livre da carga tributária escorchante e da burocracia asfixiante fossem ouvidos. O que Amoedo não possui, no entanto, é uma chance nítida de vitória. Acredito, sinceramente, no crescimento das ideias liberais e na probabilidade de vitória de um partido que as defenda nas eleições futuras. Mas é um projeto que ainda precisa de mais algumas injeções de credibilidade. Aposto numa mudança de postura de grande parte do eleitorado que ainda resiste às ideias de Amoedo quando os alicerces da cultura liberal e conservadora forem semeados por alguém cujo discurso não coincida com o politicamente correto tão comum por estas plagas. Politicamente correto que se tornou visceral nas nossas universidades (Gramsci estaria orgulhoso com as lições aprendidas pelos nossos universitários), na mídia majoritariamente progressista e até mesmo no parlamento que, não raro, defende políticas identitárias que insistem em fragmentar a sociedade como se toda a vida se resumisse a uma questão ideológica de infraestrutura e superestrutura como defendiam Marx e Engels.
Votarei em Bolsonaro porque precisamos preservar nossos costumes que nos trouxeram ao nível de prosperidade econômica que possibilitou aos politicamente corretos (que vão desde consumidores de alimentos orgânicos que acusam o adepto do alimento comum de fascista até os mais aguerridos defensores da ideia de que Lula é apenas um perseguido político e está sofrendo represálias de uma elite burguesa que não suporta concorrer recursos escassos com os mais pobres) um nível de conforto sem paralelo na história do mundo. Sim, o discurso bolsonarista de segurança me seduz. E não só a mim, mas a um sem número de pessoas que todos os dias são vítimas das crias violentas do discurso vitimista.
A ideia de ter Paulo Guedes na economia também me seduz, e muito. Duvido que muitos de meus compatriotas conheçam Paulo Guedes ou saibam a diferença básica entre intervencionismo e liberalismo. O que muitos deles sabem, posso asseverar, é que a fila do desemprego continua aumentando, o grau de informalidade do trabalho já vitimou grande parcela das famílias brasileiras e enquanto suas despensas não estiverem cheias, não adianta discutir sobre feminicídio, homofobia, golpe de 64 ou qualquer tema que os estatistas adoram levantar contra Bolsonaro.
Bolsonaro, gostem dele ou não, entendeu as mensagens das ruas. O povo, que tem sentimentos, de carne e osso, quer mesmo é alguém que tenha coragem para enfrentar o establishment. Estas pessoas encontraram nele o eco de suas vozes.
Sobre o autor: Juliano Roberto de Oliveira é Bacharel em Administração de Empresas – FAI, Especialista em Qualidade e Produtividade – UNIFEI e Mestre em Eng. da Produção – UNIFEI.
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