Leio na coluna de Ilimar Franco o seguinte comentário da presidente da UNE:
“Estamos muito preocupados com o desemprego na juventude. Ele cresce três vezes mais que o da população em geral. Milhares de jovens saindo das universidades e sem mercado de trabalho”.
Carina Vitral, presidente da UNE, fez esse comentário sobre o seu discurso no Conselhão, aquela palhaçada montada pelo governo Dilma para enganar trouxas. A preocupação é legítima, claro. Mas não resta a menor dúvida de que a presidente da UNE, cuja “profissão” é ser eternamente estudante (já tem quase 30 anos), erra completamente no diagnóstico e, portanto, no remédio sugerido. Isso ocorre pois ela não tem a menor noção do funcionamento da economia, de como as coisas são no mundo real de quem produz riqueza, em vez de só tentar tomá-la.
Vamos ajudar então. Por que o desemprego aumenta mais na juventude? Eis a resposta básica, que a UNE, a CUT e companhia ignoram por interesses ou ideologia: os jovens, que estão chegando no mercado de trabalho, costumam ser menos produtivos, pois têm menos experiência. Estão começando a vida de trabalho, afinal de contas. Logo, nada mais natural do que demonstrar menos conhecimento e experiência em seus afazeres produtivos. Há uma curva de aprendizagem em tudo que é profissão.
“Mas se é isso, então a resposta é simples: basta ajustar no salário!”, diria qualquer pessoa com um mínimo de bom senso (ou seja, que não estudou economia na Unicamp ou não fez doutorado em humanas na USP). Claro, se o jovem produz menos em termos relativos, basta ele ganhar menos também que tudo ficará adequado. Só tem um “probleminha”: o governo, em conluio com os sindicatos e com a própria UNE, não deixa.
Salário mínimo, férias remuneradas, décimo-terceiro salário, vale-transporte, vale-alimentação e tantas outras “conquistas trabalhistas” chegam a dobrar a folha salarial das empresas. Em outras palavras, se o funcionário ganha X, ele custa 2X para o empregador. O salário indireto é muito alto, pois os sindicalistas acham que se a pizza for cortada em 12 pedaços, em vez de 8, então há mais comida disponível. A rigidez de nossas leis trabalhistas, com suas “benesses” todas, é o maior inimigo do trabalhador em geral, e do jovem em especial. Pergunte a si mesmo: se você tivesse que contratar um jovem inexperiente pelo mesmo salário de um trabalhador mais experiente, quem você contrataria?
Nos Estados Unidos, você contrata alguém com a maior facilidade, e demite com igual rapidez. “Mas isso é terrível, pois os capitalistas insensíveis e exploradores vão abusar do trabalhador como se fosse um escravo”, diria um aluno da Unicamp, um doutor da USP ou uma presidente da UNE. Mesmo? Só que a facilidade em demitir é justamente o outro lado da moeda da facilidade de empregar! Elementar, meu caro Watson. Quanto mais fácil for mandar embora quem não está agregando valor pelo salário que recebe, mais fácil será contratar. Deu errado, dispensa. Deu certo, dá aumento, promove a gerente, paga bônus.
Chama-se meritocracia, o termo mais odiado pela esquerda. É por isso que o mercado de trabalho de países mais liberais funciona tão melhor, com mais flexibilidade. Já em países com pesado “welfare state”, leis trabalhistas rígidas e muitas “conquistas sociais”, o jovem acaba pagando a conta. E depois o governo oferece esmolas para compensar. É um modelo nefasto, que destrói o ânimo, a energia e a dignidade dos trabalhadores, principalmente daqueles que estão ingressando na carreira. É imoral, indecente, criminoso!
No fundo, os sindicatos poderosos criam barreiras à entrada, impedem a competição, e quem paga o pato são os jovens menos competitivos, que aceitariam trabalhar por menos. Eis uma lógica que a presidente da UNE jamais compreenderá, seja por incapacidade, seja por interesse. A UNE não é amiga dos estudantes que estudam de verdade para arrumar trabalho na iniciativa privada depois. A UNE, como a CUT, é amiga dos oportunistas que enxergam nas mamatas do governo enormes tetas a serem exploradas, apenas pelos “amigos do rei”, pela elite sindical e “estudantil” que se aproxima do governo.
E você continua desempregado, graças aos ataques que essa gente faz ao capitalismo liberal em seu nome…
PS: Claro que não ajuda nada o fato de nossas universidades “formarem” um bando de gente em coisas inúteis, produzindo um exército de soldados que repetem apenas slogans marxistas depois de quatro anos “estudando” puro lixo, sem aplicação alguma no mundo real dos negócios, que serve apenas para quem vai mamar no governo ou em alguma ONG engajada.
Rodrigo Constantino
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