Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
O domingo 7 passou e a novidade de cores liberais e conservadoras veio como trator. Algumas conquistas importantes e históricas podem ser assinaladas:
- A ascensão meteórica de candidatos a governos estaduais que desafiam as oligarquias e ortodoxias políticas. Emblemáticos os casos de Minas Gerais, em que Romeu Zema, do Partido Novo, liderou o primeiro turno e enfrentará o PSDB de Anastasia, deixando para trás o PT de Fernando Pimentel, e o Rio de Janeiro, que, com Wilson Witzel (PSC), enfrentará Eduardo Paes (DEM), podendo romper a hegemonia de criaturas políticas de Brizola e do MDB.
- A formação inevitável de uma bancada robusta de parlamentares que levarão adiante as pautas liberais e conservadoras. Nomes como Kim Kataguiri, Arthur do Val, Janaína Paschoal, Marcel Van Hattem, entre muitos outros, conseguiram votos impressionantes e estarão acessíveis às nossas ideias no Parlamento brasileiro.
- Nomes de luxo entre as esquerdas e o petismo, como Dilma Rousseff, Lindbergh Farias e Roberto Requião, entre diversos outros, foram simplesmente “varridos”, juntamente com vários filhotes de políticos corruptos e fisiológicos poderosos, como a filha de Eduardo Cunha e o filho de Sérgio Cabral no Rio.
É claro que nem tudo são flores. O PT ainda tem uma grande bancada, a esquerda continua muito poderosa no Nordeste e conseguiu evitar a vitória de Jair Bolsonaro, do PSL, já em primeiro turno para a presidência da República. Como se previa, ele enfrentará pelo resto do mês, definindo-se a luta no dia 28, o fantoche de Lula, o petista Fernando Haddad.
O raciocínio para esse segundo turno é muito simples. Não há o que tergiversar. Vamos a ele:
JAIR BOLSONARO (PSL)
Motivos para não votar: Jair Bolsonaro começou sua carreira política basicamente como um defensor dos interesses particulares dos militares, com o tempo assumindo a representação de pautas que contestam o “progressismo” político e o politicamente correto. Do ponto de vista econômico, sua performance não é satisfatória ao longo de sua biografia, tendo apoiado medidas estatizantes e votado contra pautas que encaminharam o país em uma direção de maior responsabilidade fiscal. Pode-se dizer que isso em parte se deve a uma formação pessoal e geracional diferente, mas Bolsonaro também por muitas vezes se expressou e portou de forma “bronca”, agiu com destempero e, a despeito de a maioria delas ser distorcida ou exagerada, já fez declarações que são, realmente, injustificáveis, em especial a respeito de homossexuais. Ainda que isso não seja propriamente culpa sua e que não sejam de forma alguma a maioria, existem, em meio à sua militância e base de apoio, figuras de índole questionável, com ideias extremistas e dispostas a “dinamitar” pontes que precisamos construir entre nós, a despeito das divergências, se quisermos realizar algo em prol do Brasil. Sua percepção pessoal do período do regime militar é também simplificada e idealizada, afinal não se deveria negar que o AI-5 estabeleceu um regime com todos os requisitos necessários para ser classificado como uma ditadura, ainda que incomparável aos regimes comunistas e totalitários, além de os militares terem promovido um “golpe interno” em 1968 ao impedirem o vice de Costa e Silva, o civil udenista Pedro Aleixo, de assumir o poder. É natural e compreensível que haja insegurança sobre o que será efetivamente o seu governo e que permaneçam pairando incertezas sobre os comportamentos que exibirá como líder da nação, não dispondo de experiência alguma como gestor.
Motivos para votar: Jair Bolsonaro não tem origem no pensamento liberal-conservador, mas soube sentir a emergência da “onda” daquilo que alguns de nós chamamos de “nova direita” e se aproximar, em algum nível, de seus intelectuais, militantes e discursos. Montou uma equipe que reúne economistas de teor francamente liberal, em especial o nome forte de Paulo Guedes. Mostrou-se capaz de admitir ignorância e reconhecer erros. Não tem histórico de corrupção. Tem disposição para apontar o dedo contra o lulopetismo e contra o conjunto dos males cometidos pela extrema esquerda. Se Bolsonaro tem uma admiração exagerada pelo regime militar, já evoluiu em direção a admitir que não se cometeram apenas acertos naquele período, e trata-se de regime extinto há três décadas, cujas características ele garante não ter a menor intenção de reimplantar no Brasil – ao contrário de seus adversários, que defendem tiranias socialistas em pleno vigor e alardeiam em seus programas de governo e cadernos de teses a intenção de estabelecer seus moldes em nosso país. Sua eleição pode representar uma vigorosa e necessária reorientação da política externa do país, endurecendo o discurso contra a ditadura venezuelana e conectando o Brasil à liderança de Donald Trump, de Israel e da boa cepa do mundo ocidental. O presidenciável se tornou um fenômeno de massas, o que lhe garantiu sua competitividade; se por um lado fenômenos de massas oferecem riscos, por outro tudo que sempre quisemos foi um candidato de direita que conseguisse ser nacionalmente popular e rompesse o anteparo hegemônico da social democracia e do socialismo, e se esse homem, com todos os seus defeitos, é Jair Bolsonaro, cabe-nos compreender o fenômeno e procurar aproveitá-lo. O programa de governo de Bolsonaro elenca o foco no liberalismo econômico como solução que “reduz a inflação, baixa os juros, eleva a confiança e os investimentos, gera crescimento, emprego e oportunidades”; o comércio mais livre com o mundo inteiro, sem viés ideológico; o desaparelhamento das estruturas federais; a redução de ministérios; o combate à indisciplina em sala de aula, à doutrinação ideológica e uma reforma no currículo, estimulando o empreendedorismo; reforma na legislação penal para endurecer as penas contra criminosos, reformar o Estatuto do Desarmamento e tipificar como terrorismo a invasão de propriedades rurais perpetrada por grupos como o MST; estabelecer um plano franco de privatizações de estatais, ainda que Bolsonaro resista à privatização de algumas delas; Reforma da Previdência; simplificação tributária; aprofundamento da Reforma Trabalhista; independência formal e política do Banco Central, entre outras ideias importantes e, no geral, compatíveis com nossos princípios e valores.
FERNANDO HADDAD (PT)
Motivos para não votar: TODOS
Motivos para votar: NENHUM
Com a devida vênia dos discordantes, é uma escolha muito fácil, posto que realista e racional. Suspendamos trocas gratuitas de ataques, responsabilizações, agressões internas, e vamos todos – NOVO, MBL, PSL – trabalhar juntos para salvar o Brasil do projeto ditatorial do Partido dos Trabalhadores. O inimigo é claro e, desta vez, não há nenhum outro caminho para pará-lo que qualquer um possa cogitar a não ser ajudar a candidatura de Jair Bolsonaro. Tenhamos humildade e senso de responsabilidade nesta hora definitiva!
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