Por Luan Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal
Segundo o Datafolha, 62% dos jovens brasileiros querem deixar o país. São quase 20 milhões de pessoas que seriam o “nosso futuro” e não querem mais viver por aqui.
Ainda segundo a pesquisa, a maior parte deles são os que têm maior renda e escolaridade; justamente os mais capacitados e que poderiam ajudar a construir um país melhor.
E para onde eles querem ir? Desejam viver em um país em que as coisas funcionem. Em um lugar em que possam sair de casa para trabalhar, estudar, perseguirem seus sonhos, tendo a certeza de que voltarão seguros.
Os jovens querem viver em países que tenham um livre mercado vibrante. Em que não haja barreiras alfandegárias e burocracia, possibilitando ampla competição entre diversas empresas – nacionais e estrangeiras – permitindo serviços melhores e a preços mais baixos.
Os jovens anseiam por um lugar em que tenham liberdade, mas responsabilidades. E que crimes sejam solucionados e punidos de forma exemplar.
Uma nação em que, caso seja preciso, o Judiciário esteja lá para lhe dar uma resposta em tempo satisfatório.
Um lugar em que seja fácil conseguir emprego.
E que, caso queiram criar seu próprio negócio, não precisem esperar por três meses apenas para preencher a burocracia imposta pelo Estado.
Que, ao empreender, seja fácil contratar, porque as leis trabalhistas são minimamente razoáveis.
Os jovens querem morar onde todos sejam iguais perante a lei e que não precisem suportar os privilégio dos outros.
Viver em um país em que um grupo de interesses não consiga parar um país inteiro por semanas em busca de um subsídio fiscal.
Os jovens cansaram de, a cada semana, depararem-se nos jornais com um novo escândalo de corrupção.
Os jovens perceberam que a dívida pública se aproxima de 80% do PIB e que as obrigações previdenciárias são muito maiores que as contribuições de seus beneficiários. Eles não querem pagar essa conta deixada pela geração anterior.
Muitos jovens não querem criar seus filhos em um sistema de educação que gera mais alienação ideológica que ensina.
Os jovens se recusam a pagar mais da metade da própria renda – em caso de renda inferior a 2 salários mínimos – em impostos.
Cansaram de trabalhar mais de 5 meses por ano apenas para servirem ao Estado.
Eles querem, após um dia intenso de trabalho, se distrair assistindo a algum esporte em vez de se estressarem ao verem uma corte constitucional que decidiu, mais uma vez, de acordo com conveniências políticas ao invés da legislação vigente.
A intenção dos jovens demonstrada pela pesquisa ainda contrasta com a prática: a nossa fuga de cérebros (brain drain), isto é, a população qualificada que deixa o Brasil, ainda é inferior a 3,5%.
Não podemos condenar os jovens que querem mudar de país. Não se trata de “desertores”, como alguns acusaram. Eles apenas querem viver em um lugar mais civilizado – não é pedir muito. Nós precisamos cuidar melhor daqui se queremos mudar esta realidade.
Como bem resumiu Bruno Souza, ou o Brasil abraça urgente a liberdade – de empreender, de trabalhar e de inovar – ou a saída para os nossos jovens continuará sendo o caminho do aeroporto.
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