Precisamos falar sobre a dancinha de Lucas Mendes. Ou: Que tal um “Miami Connection”?

Foi uma das coisas mais constrangedoras que já vi na vida jornalística. Foi, como dizem aqui, embarrassing, too embarrassing. Deu uma baita vergonha alheia. E por mais que tenha simpatia pelo sujeito, que parece ser um cara legal, não posso passar batido por algo que ilustra tão bem a perda de bom senso dos nossos “formadores de opinião”. Estão sem bússola!

Falo, claro, da dancinha que fez Lucas Mendes, do “Manhattan Connection”, com tom fúnebre pela vitória de Donald Trump. Que ele tenha feito algo do tipo já é espantoso. Mas que O Antagonista tenha publicado, como se fosse legal, isso é o cúmulo do absurdo. A turma está perdendo o senso do ridículo, e isso é preocupante. Vejam, pois palavras não podem expressar bem o patético da situação:

Mas se o estilo é tosco, se a forma é esquisita, o que dizer do conteúdo? Guilherme Macalossi, do programa “Confronto”, comentou:

Não há nada mais lamentável que um velho que se torna ridículo. É o caso do jornalista Lucas Mendes. Em um vídeo para O Antagonista, ele diz que a eleição de Trump foi “o dia mas triste da história americana desde o 11/9”. Ele instrumentaliza os cadáveres do maior atentado da história para adornar sua visão recalcada e perdedora do processo eleitoral americano. E pior: o faz em meio a uma dancinha ridícula.

Ficamos quase sem palavras diante do ato de “protesto”, no que parece um belo apartamento em Nova York. Típico da elite que vive numa bolha e perdeu o contato com a realidade, com o povo. Para essa turma, tudo é abstração, e acaba em dancinha ou vinho, enquanto o trabalhador sofre na pele com suas ideias “progressistas”, com o multiculturalismo, com o vizinho que é imigrante ilegal, com o peso dos impostos do “welfare state”, com a degradação de valores morais etc.

Repito: nutro – ou nutria – alguma simpatia pela figura de Lucas Mendes, apesar de ele ser de esquerda. Vi muitos programas do “Manhattan Connection”. Mas precisamos falar de Lucas Mendes hoje, de sua dancinha patética. O que diria Paulo Francis? O coitado deve estar se revirando no túmulo! Seus colegas perderam de vez o juízo. Ficaram por tempo demais aprisionados na bolha “progressista”, e deu nisso. É a tal da “GNT People”.

Talvez seja o momento de lançar mesmo um “Miami Connection” para oferecer um contraponto mais à direita, com opiniões firmes e sem medo da patrulha politicamente correta. Poderia ser um embrião da Fox News Brasil, quem sabe? Eis o programa piloto que gravei, com Paulo Sergio Rosa e Stephen Kanitz, sobre a vitória de Trump, para que o leitor perceba a diferença de postura e possa julgar por conta própria:

Mas se obriguei o meu leitor a se deprimir logo cedo com esse vídeo da dancinha de Lucas Mendes, pretendo ao menos oferecer o antídoto, o remédio: esse outro vídeo tirando sarro do chororô dessa gente:

Chora. Chora mais!

Rodrigo Constantino