Uma rápida história: o Brasil ganhou na loteria, que se chama China, e ainda recebeu os fortes ventos a favor com o custo de capital negativo em termos reais nos países desenvolvidos. O governo do PT gastou por conta, endividou-se, fez os bancos públicos emprestarem como se não houvesse amanhã. Sempre usando a desculpa esfarrapada de medida anticíclica, que só tinha uma direção.
O dia do acerto de contas chegou. A economia foi caminhando para a estagflação, sem crescimento e com elevada inflação. Qualquer governo responsável cortaria gastos públicos e tentaria aprovar reformas estruturais. Não o PT. De olho somente nas eleições, o governo sentou o pau na máquina, tentando estimular a demanda. Sacrificou, com isso, o último pilar da herança positiva da era FHC: a responsabilidade fiscal.
Chegamos ao presente. Diante do quadro preocupante, há basicamente duas coisas que o governo pode fazer: finalmente reduzir gastos públicos e vender ativos; ou aumentar os impostos. A terceira alternativa, a de realizar as reformas estruturais, previdenciária, trabalhista e tributária, podem esquecer, pois é sonho de uma noite de verão.
Pergunto: alguém realmente acredita que o PT vai cortar gastos públicos? O discurso de fechar a torneira não se sustenta nem por uma semana! Logo depois o governo já está apelando para novos malabarismos contábeis, injetando mais capital no BNDES, negando a realidade e ridicularizando os “pessimistas” (realistas).
Sobra, portanto, um único caminho, que é aumentar impostos. A prefeitura de São Paulo já foi um balão de ensaio, com o prefeito Fernando Haddad aumentando o IPTU. O próximo passo deverá ser o aumento da alíquota de Imposto de Renda, podendo chegar a 35% para a categoria de maior renda.
O discurso do PT será o velho da esquerda: os ricos terão de pagar um pouco mais para ajudar o país. Falso, claro. Em primeiro lugar, não são os “ricos”, pois no Brasil classe média é vista como “rica” e favelados como “classe média”.
Em segundo lugar, os impostos maiores, supostamente sobre os mais ricos, sempre acabam recaindo sobre a classe média, já escalpelada pela fome insaciável do governo, que nada entrega em troca. A classe média precisa trabalhar para bancar as esmolas estatais para pobres (Bolsa Família) e ricos (BNDES). É espremida entre ambas pela mão visível do governo, e ainda tem que conviver com o ódio da “intelectual” Marilena Chauí, ícone da esquerda.
Outras possibilidades que o PT, sem dúvida, deve estar estudando são aumentar o imposto sobre herança (efeito concreto nulo ou negativo, mas simbólico para a esquerda invejosa) ou criar imposto sobre dividendos (dupla taxação, que afetaria todos aqueles que recebem na Pessoa Jurídica por lucro presumido).
Podem estar certos de uma coisa: votar no PT em 2014 é escolher aumento de impostos para 2015. Impostos estes que já chegam a quase 40% de tudo que é produzido pelo setor privado. É isso que queremos para o Brasil? Ou será que está na hora de escolher um caminho com menos gastos públicos e mais liberdade para os indivíduos? Você decide.
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