Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal
Foram divulgadas as contas nacionais referentes ao primeiro trimestre de 2016 (link aqui), um bom resumo dos resultados seria: o desastre continua. O PIB continua em queda, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior é a oitava queda seguida, isso mesmo, a última vez que o PIB de um trimestre cresceu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior foi no primeiro semestre de 2014. A figura abaixo mostra a variação do PIB de um trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior desde 1996, é fácil ver que desde lá é a primeira vez que ficamos tanto tempo no negativo. Se a referência for o trimestre anterior é o quinto negativo seguido, só não foram oito seguidos porque a taxa foi de zero no terceiro trimestre de 2014 e crescemos incríveis 0,1% no quarto trimestre de 2014. No acumulado de quatro trimestres são “apenas” cinco quedas consecutivas. Difícil arrumar um termo melhor que desastre para descrever o que está acontecendo.
A decomposição da variação do PIB também não é nada animadora. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior a agropecuária caiu 3,7%, a indústria teve queda de 7,3% e os serviços tiveram queda de 4,6%. Se você é um dos que apostam que a desvalorização do real pode salvar a indústria talvez você queira saber que a indústria de transformação teve queda de 10,5% em comparação ao mesmo trimestre de 2015. Como mostra a figura abaixo é maior sequência seguida de quedas na indústria de transformação desde 1996 e em termos de profundidade só perde para a queda que seguiu à crise de 2008. É bem verdade que alguns “defensores da indústria” continuam defendendo a tese de culpa do câmbio, mas eu não ficaria surpreso se vários industriais estiverem saudosos da época do “câmbio valorizado”. Na comparação trimestre a trimestre as quedas foram de 0,3% na agropecuária, 1,2% na indústria e 0,2% nos serviços. A indústria de transformação caiu 0,3% sendo o sexto semestre seguido de queda, desde 1996 é a primeira vez que indústria de transformação tem seis quedas seguidas na comparação com o trimestre anterior.
Pela ótima da demanda a comparação com o mesmo trimestre do ano anterior mostra queda de 6,3% no consumo das famílias, queda de 1,4% nas despesas de consumo do governo, queda de 17,5% no investimento aumento de 13% nas exportações e queda de 21% nas exportações. Antes de se animar com as exportações vale lembrar exportações e importações vez por outra apresentam grandes variações e que os valores atuais estão próximos aos de 2011 quando a Nova Matriz entrou em cena com a conversa de desvalorizar o câmbio para estimular a indústria. Se nada disso diminuir sua animação talvez seja bom voltar ao parágrafo anterior. A queda nas taxas de investimento e poupança são preocupantes. Na comparação com o trimestre anterior o consumo das famílias caiu 1,7%, as despesas de consumo do governo subiram 1,1%, o investimento caiu 2,7%, as exportações subiram 6,5% e as importações caíram 5,6%. Aqui o destaque é o aumento das despesas de consumo do governo em contraste com a queda no consumo das famílias e do investimento. Tal contraste é um retrato dos três meses de Nelson Barbosa à frente da Fazenda: aumento do gasto público e queda dos gastos privados. Um último ponto de destaque é a informação que o consumo das famílias retrocedeu aos valores de 2011, na prática isso ilustra os anos perdidos de Dilma.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS