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“A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perde-la”, constatou George Orwell. Trata-se de uma visão realista, que não é do agrado dos pacifistas. Mas há guerras que são inevitáveis, justas, questão de vida ou morte. Assim foi a guerra contra Hitler e o nazismo, e contra o comunismo depois. Se esses regimes totalitários tivessem derrotado as democracias liberais do Ocidente, o mundo seria um lugar muito diferente hoje – e bem pior.

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Quando se fala da vitória do mundo livre é impossível não pensar nele, o maior estadista do século XX, o conservador Winston Churchill. O novo filme em cartaz, dos momentos decisivos em que Churchill demonstra sua liderança corajosa, é simplesmente imperdível, e já mereceu ao ator Gary Oldman um Globo de Ouro. Pobre Ocidente se dependesse do Obama da época, Neville Chamberlain, que acreditava em acordos diplomáticos com alguém como Hitler.

Churchill soube mobilizar o povo britânico, usar as palavras para gerar esperança, para resgatar o espírito de otimismo e resistência de quem está disposto a lutar até morrer, mas jamais se render. Ele soube trabalhar com o valor mais conservador que existe: o sentimento de pertencer a uma família, a uma nação que merece ser defendida, custe o que custar.

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Um momento especial do filme é quando Churchill resolve andar de trem e se misturar aos cidadãos comuns, que nos remete ao rei Henrique V de Shakespeare, quando vai conversar com os soldados. A diferença é que Churchill não vai disfarçado. É ali que ele escuta a voz do povo, toma o pulso da população, e entende que entregar o Reino Unido de bandeja ao inimigo seria um ato de covardia e traição. O grande líder sabe liderar, mas também sabe capturar o clima do momento.

Chegamos, então, ao Brasil atual. Não sofremos a ameaça de um Hitler, mas corremos o risco, sim, de um destino totalitário, caso o PT volte ao poder. A Venezuela está logo ali para provar. A prioridade é salvar nossa democracia, ainda que capenga, e impedir essa destruição. Mas onde está nosso Churchill? Onde está o estadista capaz de unir a nação, de dar voz ao povo cansado dos abusos dos corruptos, dos golpistas? E quem vai travar uma guerra contra os privilégios do setor público, que colocam em xeque o futuro de nossos filhos?

Lamento dizer, mas não consigo enxergar ninguém no quadro atual com as características de um Churchill para nos liderar nessa batalha, para nos inspirar, para extrair do povo brasileiro o que ele tem de melhor, não de pior.

Artigo originalmente publicado pela revista IstoÉ