O procurador-geral William Barr designou um procurador federal para investigar as origens da investigação sobre o suposto conluio russo, com o objetivo de determinar se houve ou não uma má conduta na forma como os investigadores decidiram investigar a campanha de Trump, segundo o The New York Times.
Barr designou o promotor de Connecticut, John Durham, para a tarefa. Durham é especialista em investigar possíveis irregularidades cometidas por autoridades de segurança nacional. Durham, que trabalha no Departamento de Justiça desde 1982, liderou investigações de alto nível, como uma investigação sobre o informante e líder do crime organizado do FBI, Whitey Bulger, e a investigação da destruição de vídeos pela CIA que supostamente mostravam tortura de suspeitos de terrorismo.
O presidente Donald Trump e alguns outros republicanos pediram para que um conselho especial “investigue os investigadores”, após o relatório de Robert Mueller concluir que não houve conluio de Trump com os russos.
“Tornei-me presidente dos Estados Unidos em uma das eleições mais disputadas da história de nossa grande nação”, escreveu Trump. “Muito antes de eu assumir o cargo, eu estava sob uma investigação doente e ilegal sobre o que ficou conhecido como a ‘farsa russa’. Minha campanha estava sendo seriamente espionada por agências de inteligência e os democratas. Isso nunca aconteceu antes na história americana, e tudo acabou por ser uma farsa total, uma caça às bruxas, que rendeu ‘nenhum conluio, nenhuma obstrução’. Nunca se deve permitir que isso aconteça novamente!”, concluiu o presidente.
O inspetor geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, também está investigando se o viés político influenciou as decisões de investigação relacionadas ao presidente e sua campanha. John Huber, advogado em Utah, também está investigando a investigação sobre o caso da Rússia.
Pode ser que tudo tenha começado e transcorrido sem má-fé, por uma crença sincera de que houve mesmo conluio, o que se mostrou falso após as investigações. Mas sabendo do grau de partidarismo de alguns envolvidos, toda desconfiança é legítima. Se foi o caso mesmo de lançar uma investigação dessas sem a devida base, para encontrar algo em vez de ter algo suspeito antes, isso é um crime grave, pois transforma instituições de estado em braços partidários.
Muitos consideraram a vitória de Trump como uma ameaça à democracia, mas foi o governo Obama que usou o IRS, a Receita Federal americana, para perseguir adversários conservadores. Se o mesmo ocorreu agora com o FBI contra Trump, isso é muito grave. Aguardemos as conclusões dessa investigação sobre os investigadores…
Rodrigo Constantino
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