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Em março de 2019, a produção industrial nacional recuou 1,3% em comparação a fevereiro deste ano (série com ajuste sazonal), eliminando, assim, o crescimento de 0,6% observado no mês anterior. No confronto com março de 2018 (série sem ajuste sazonal), a indústria caiu 6,1%, queda mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%).

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O acumulado nos últimos doze meses (-0,1%) apontou o primeiro resultado negativo desde agosto de 2017 e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em julho de 2018 (3,3%). Já o acumulado no ano teve recuo de 2,2%.

A queda de 1,3% da indústria reflete o recuo na produção de três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, a principal influência negativa foi em produtos alimentícios, (-4,9%), que eliminou parte da expansão de 13,8%, acumulada no período novembro de 2018 a fevereiro de 2019.

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Outras contribuições negativas importantes vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,7%), de indústrias extrativas (-1,7%) e de outros produtos químicos (-3,3%). O primeiro setor voltou a recuar após avançar 6,4% em fevereiro; o segundo devolveu parte da expansão de 3,9% verificada no mês anterior; o terceiro acumulou perda de 17,6% em três meses consecutivos de queda na produção; e o último acentuou a queda de 0,5% registrada em fevereiro.

Os dados, divulgados pelo governo e compilados pelo professor Ricardo Bergamini, mostram que, do ponto de vista econômico, o ano de 2019 já acabou. Ou seja, este ano dificilmente teremos algum crescimento. É um ano perdido. Mais um.

Não é culpa do novo governo, naturalmente, mas mostra como ele precisa andar rápido para aprovar as reformas liberais se quiser entregar bons resultados econômicos. O Brasil está paralisado, com milhões de desempregados ainda, o que forma um quadro social preocupante.

Sem engatar numa trajetória de alta sustentável, a panela de pressão será insuportável, pois ninguém aguenta viver tanto tempo nessa condição. O país tem pressa, muita miséria ainda, e tem que reduzir a pobreza urgentemente.

Isso só será possível com crescimento, o que só será possível com as reformas que controlarão os gastos públicos, maior dreno de recursos no país. Ou reformas profundas são aprovadas, ou vamos afundar. É simples assim.

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Rodrigo Constantino