Por Thiago Kistenmacher, para o Instituto Liberal
Sinceramente, pensei que demoraria um pouco mais. No último texto que escrevi, apontei a possibilidade de algum professor de História comparar o Impeachment de Dilma Rousseff com o Golpe Militar de 1964. Este seria o terceiro ponto do Plano de Ensino: “- Estabelecer relações entre o Golpe Civil-Militar de 1964 e o Golpe de Estado de 2016.” Rapidamente a suposição se tornou realidade, afinal, a doutrinação não tira férias.
Fui generoso e indiquei que o doutrinador estaria fazendo isso em 2026, ou seja, dentro de dez anos. Mas adivinhe, leitor, quanto tempo levou para que tal comparação fosse realizada? Um dia, apenas um dia para que a História começasse a ser pervertida por um doutrinador que, como reparei, está muito próximo do Partido dos Trabalhadores. Então alguns negam que há doutrinação, não é? Veremos!
Na imagem abaixo – melhor quando ampliada – podemos observar a data – 01/09/2016 – que é seguida pela frase “1º LUGAR FORA TEMER”. Depois, em frente ao professor, notamos, ainda que com dificuldades, “Golpe de 64” e, à direita, “Golpe de 2016”, ambos divididos por uma linha. Vejamos abaixo a foto que circula pelas redes sociais:
Segundo a legenda colocada pelo autor da foto, o próprio professor autorizou o registro da imagem. Quer dizer, o professor Danilo não se envergonha de falsear a História, ao contrário, se orgulha. Até onde sei, historiadores precisam de fontes, documentos, pesquisas, outros estudos, etc., para que assim possam afirmar algum fato histórico. E isso leva tempo. Mas parece que o nosso professor precisou de apenas um dia para tirar suas conclusões historiográficas a respeito do Impeachment e claro, “cientificamente”, concluiu que tal processo tem relação e/ou semelhança com o Golpe Militar de 1964.
Pergunto ao professor Danilo: com que embasamento – fora sua paixão militante – o senhor compara um Golpe Militar ocorrido em 1964 com um processo de Impeachment de 2016 e previsto na Constituição de 1988?
Talvez o leitor ainda não esteja convencido que o professor Danilo seja do PT ou defenda o partido. Assim, quem sabe a foto seguinte – com destaque para o nome dele – ajude um pouco:
Isto prova que o doutrinador acima tem envolvimento com o PT? Não? Então vejamos abaixo mais algumas exposições do professor em seu Facebook. Na primeira imagem ele faz campanha para o candidato a prefeito Dagmauro e para a candidata a vereadora Lepone, ambos, claro, do PT, enquanto que na segunda, inclui em sua foto de perfil o número dos respectivos candidatos.
Os professores têm o direito de votarem em qualquer candidato, o problema está no proselitismo e na deturpação dos fatos em favor dessas suas preferências. Não demorou 10 anos, mas apenas um dia para a narrativa do “Golpe” aparecer como “fato histórico”. Se a doutrinação de esquerda estava a todo vapor mesmo com o PT na presidência, agora que saiu dela o trabalho da militância será ainda mais intensivo.
A doutrinação existe e negar isso é cegueira ou canalhice. Repito: entendo que alguns discordem da lei proposta pelo Escola Sem Partido, no entanto, quando você cruzar com alguém que se perturba não só com a lei, mas até mesmo com as reflexões trazidas a tona pela iniciativa, você estará perante um doutrinador.
Pergunte para o professor Danilo, seguidor do PT, se ele se considera um doutrinador e ele irá negar. Pergunte se ele concorda com o Escola Sem Partido e ele dirá que não. Por último, pergunte se ele – que compara um processo previsto na Constituição com um Golpe de Estado – acredita que existe doutrinação em sala de aula e ele dirá que a desconhece. Em outras palavras, só os doutrinadores negam que há doutrinação.
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