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Projeto de Lei permite bombas de autosserviço em postos de combustíveis

Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

Sete deputados do Partido Novo são os autores do Projeto de Lei # 2302/2019, que revoga a Lei 9.956 e permite o funcionamento de bombas de autosserviço, operadas pelo próprio consumidor, nos postos de abastecimento de combustíveis, em todo o território nacional.

Trata-se de uma ótima iniciativa, mas que certamente sofrerá forte oposição, dentro e fora do congresso, pois cria desemprego temporário. Os demagogos, os populistas e os arautos do atraso certamente farão de tudo para rechaçar a proposta, sob a alegação de que precisamos preservar os empregos, embora em países de primeiro mundo o autosserviço nos postos já ocorra desde a década de 1950.

Há apenas cento e poucos anos, praticamente 70% da mão de obra estava no campo. Com o avanço da tecnologia (tratores, fertilizantes, colheitadeiras, sementes geneticamente modificada, etc.), esse número é atualmente de apenas 2% nos países desenvolvidos. Agora imagine como estaríamos hoje se a maioria das pessoas continuasse trabalhando apenas para produzir alimentos. Parece óbvio que setores de saúde, tecnologia, serviços e comércio, que hoje absorvem a maior parte da mão-de-obra, não teriam se desenvolvido e nosso bem estar estaria bastante prejudicado, não?

O progresso econômico e a destruição de empregos andam de mãos dadas. Empregos não são destruídos somente quando uma nova máquina ou programa de computador são desenvolvidos, mas também quando o trabalho fica obsoleto por conta de processos de produção mais eficientes e/ou baratos. A verdade é que nenhum país pode dar-se ao luxo de tratar empregos como uma riqueza a ser protegida da energia transformadora dos mercados. A força do capitalismo está justamente na sua dinâmica de destruição do que é obsoleto para criação do que é moderno.

O incentivo à competitividade, à produtividade e à eficiência exige coragem e disposição para substituir o antigo pelo novo. Nesse processo, a destruição de empregos é inevitável. Uma sociedade não pode colher os benefícios do progresso sem aceitar que alguns indivíduos possam sair perdendo. O processo de inovação não avança sem deslocar trabalho de alguns setores para outros.

Em resumo, para maximizar eficiência, a competitividade, a inovação e o dinamismo, a fim de aumentar o o padrão de vida da maioria, devemos dar boas vindas à destruição criadora em todas as suas formas, inclusive, senão principalmente, às máquinas que substituem e facilitam o trabalho humano. Eu sei que parece cruel dizer isso, mas o progresso não é indolor. Mas, em compensação, a estagnação é muito pior.

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