Uma reportagem da Folha deste domingo falava sobre as articulações dentro do campo à esquerda (leia-se extrema esquerda) para as eleições de 2020, mostrando que o PT estaria se aproximando do PSOL. Isso foi tratado pelo jornal como algo espantoso: “Curiosamente, a aproximação mais intensa ocorre com o PSOL, uma dissidência petista. Em ao menos três capitais, psolistas devem liderar coligações com apoio do PT: Rio de Janeiro, com Marcelo Freixo, Belém, com Edmilson Rodrigues, e Florianópolis, com Elson Pereira.”
Curioso seria o PT e o PSOL realmente se colocaram em campos opostos! Só pode ser um choque esse tipo de aproximação para os “jornalistas” da Folha. Todos sabem que o PSOL é uma espécie de linha-auxiliar do PT, que apela para a tática das tesouras, fingindo ser uma oposição mais pura para, na prática, dar sempre respaldo ao petismo. Ou os psolistas não gritam em coro Lula Livre? Ou os psolistas, de mãos dadas aos petistas, não defendem a abjeta ditadura venezuelana de Maduro, como sempre enalteceram a assassina ditadura cubana dos Castro?
“A gente surgiu como oposição ao governo Lula, mas isso já faz 15 anos. Agora somos todos oposição a Bolsonaro”, diz Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL. Melhor rir para não chorar pelo cinismo. Se o PSOL era oposição ao governo Lula, então era a “oposição” de que todo governo gosta, sonha mesmo. Mas quem liga para os fatos quando o importante é alimentar uma narrativa, não é mesmo?
“Temos uma relação boa com o PSOL, até porque muitos deles nos conhecem, são ex-petistas”, afirma a ex-senadora Ideli Salvatti. E eis o ponto: existe mesmo ex-petista? Você pode tirar o sujeito do PT, mas consegue tirar o PT do sujeito? Afinal, o petismo é uma forma de seita religiosa que serve como manto ideológico para a quadrilha e sua roubalheira. O petismo é a mentira como método, a crença de que seus “nobres fins” justificam quaisquer meios, o eterno duplo padrão hipócrita.
Nesse aspecto, uma coligação entre PT e PSOL, entre outros formados do DNA petista, só surpreende mesmo a Folha. É tudo farinha do mesmo saco podre!
Rodrigo Constantino