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Qual a marca registrada do PT nesses longos e infindáveis doze anos e uns quebrados de poder? O foco nos mais pobres? A “justiça social”? Colocar o trabalhador como a grande prioridade? Nada disso. Passou muito longe. A marca registrada que o PT vai deixando, além do rastro de uma corrupção jamais vista na história deste país, é a promoção da parasitagem em todas as classes. É a análise que meu colega de Veja Marcelo Madureira fez nessa entrevista à Folha:

A esquerda de hoje tem uma formação política tabajara. Você precisa perceber algo: o que as pessoas querem é ser legais, parecer legais, querem ser do bem. Na minha época era mais fácil. A direita era o mal, a esquerda era o bem. Mas isso não existe mais. O mundo se apresentou muito mais complexo. Essa tentação de ter resposta para tudo não convence mais.

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[…]

Muito pior que a roubalheira, é a incompetência. A questão na Petrobras não é só roubar, é a gestão desastrosa. O que nos alivia é: embora tenham batido os recordes, talvez sejam incompetentes para roubalheira também.

O pior é que o PT reforça a vitória do atraso. Que sociedade é essa que você quer construir em que o sonho das pessoas se limita a, se for da classe média, passar em um concurso público; se for pobre, arranjar Bolsa Família; e, se for rico, conseguir uma “Bolsa BNDES”? Todo mundo passa a querer ser parasita do Estado. Não há país que dê certo assim.

[…]

Eu não frequento muito o meio artístico, prefiro ficar em casa lendo, vendo filme. Mas é lamentável o papel da classe artística. É digno de pena. Em um momento como esse, os artistas completamente omissos. Cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?

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Boa pergunta. Mas sabemos a resposta: essa turma está estrategicamente calada, sumida, pois se recusa a seguir princípios, a condenar o que é errado de forma isenta e imparcial. Siga o dinheiro e quase sempre encontrará a resposta. Nem todos são assim, claro, mas o fato de a própria esquerda marxista achar que tudo se resume ao material já mostra como ela é. Isso é projeção diante de um espelho.

O fato é que Madureira está certo: o PT tentou comprar todos, e havia muita gente à venda. Nas diferentes classes ocorreu o mesmo fenômeno: recursos públicos usados por um partido no poder para angariar apoio, para se perpetuar no poder, seu único projeto político. Os recursos estão acabando. A gritaria começa, e alguns ratos já abandonam o barco afundando.

Há parasita demais para pouco hospedeiro no Brasil. Aqui, a máxima de Bastiat vingou com força: o estado é a grande ficção pela qual todos querem viver à custa de todos. O PT entendeu isso como ninguém, e estava disposto a usar o poder para estender os tentáculos do parasita. Não há hospedeiro que aguente tanto parasitismo. Eventualmente o organismo acusa o golpe.

Agora muitos terão de trabalhar mesmo, de produzir riqueza, pois as tetas vão secar. Os parasitas abusaram tanto do hospedeiro que colocaram em risco sua própria sobrevivência. Não dá mais. O Brasil precisa de um ambiente mais favorável aos que efetivamente produzem riquezas. Ou isso, ou vamos todos juntos para o buraco, parasitas e hospedeiros, em uma espécie de suicídio coletivo insano à lá Jim Jones. Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

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