Em entrevista para a IstoÉ, que tem feito um excelente trabalho de jornalismo, o deputado que presidia a Câmara quando esta acatou a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma afirma que o PT tentou “convencê-lo” de não ir por esse caminho, oferecendo vantagens. Ou seja, o “partido” tentou comprar seu apoio. E mais: tudo com a anuência da própria presidente Dilma. Segue um trecho da entrevista:
ISTOÉ – O sr. disse que recebeu o então ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, Jaques Wagner, em outubro do ano passado em três diferentes ocasiões, nas quais ele lhe propôs um acordo para que o sr. livrasse a presidente do impeachment. Em troca ele garantiria sua absolvição no Conselho de Ética da Câmara. Como se deu essa abordagem?
Eduardo Cunha – Obviamente que toda conversa política tem sempre os seus meandros, suas idas e vindas. Mas o que aconteceu clara e textualmente é que ele sentou para discutir pontos de governabilidade, tentando uma aliança comigo, para que pudéssemos andar juntos. E para isso, começou a oferecer justamente votos no Conselho de Ética. Ele ofereceu textualmente algo que eu até reputei como ridículo, que foi a interferência do governo para que mantivessem a minha mulher (Cláudia Cruz) e minha filha (Danielle) sobre a ótica do processo do Supremo. O que eu já disse de pronto que eu não acredito nesse tipo de interferência. Não creio que o governo tenha esse controle de quem quer que seja. Refutei.
ISTOÉ – A presidente Dilma Rousseff sabia das propostas de Jaques Wagner para o sr?
Cunha – Todas as vezes em que ele esteve comigo, que tocou nesse assunto, ele deixou claro que Dilma sabia das conversas. Que ele relatava todas as conversas e que ela sabia. O que torna um pouco mais grave a situação. E depois desses encontros, existiram parlamentares que ficaram fazendo a ponte. Algumas vezes, Jaques deu exemplos de como o PT poderia me ajudar no Conselho de Ética, como não marcar quórum em determinada sessão para tentar adiar. Ele tentou continuar essa oferta. Isso tudo estou falando simplesmente para rebater essa fantasiosa história de que abri o processo de impeachment por vingança, que é o que eles chamam de desvio de poder.
Vejam esse trecho da entrevista em vídeo:
Cunha de bobo não tem nada: para fazer tais afirmações, deve ter suas provas bem guardadas. Os brasileiros patriotas que demandaram o impeachment de Dilma não são como os petistas, não possuem “bandidos de estimação”. Ninguém foi às ruas defender Cunha, “guerreiro do povo brasileiro”, das acusações que o afastaram do comando da Câmara e podem até mesmo levá-lo à prisão.
Mas isso não nos impede de reconhecer seu papel na condução republicana do processo de impeachment, que acabou afastando Dilma temporária e, espera-se, definitivamente. Ele poderia ter sucumbido. Ele poderia ter desistido de seguir adiante com o processo. Mas ele não o fez. E por esse ato já merece o reconhecimento de todos nós, a ponto de muitos o enxergarem como o personagem daquele filme infantil, “meu malvado favorito”.
Agora falta enterrar de vez o PT, pois isso não é um partido político, mas uma quadrilha mafiosa, como já está mais do que provado.
Rodrigo Constantino
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