A palestra de Fabio Ostermann na I Conferência Estadual do EPL em Passo Fundo foi na mesma linha da do Alex Catharino, já comentada aqui. Ostermann começou questionando quais as causas da pobreza, apenas para provocar a plateia depois com a resposta: a pobreza não tem causa, pois é nosso estado natural, a situação normal da humanidade. Em seguida, passou este vídeo, do Hans Rosling:
httpv://youtu.be/Qe9Lw_nlFQU
A pobreza, portanto, não tem causas; o que tem causa de verdade é a riqueza. O problema é que muitos professores acabam passando uma visão totalmente enviesada para seus alunos sobre as hipóteses que explicam essa riqueza relativa. Raças, religião, clima, geografia, colonização ou recursos naturais são apresentados como causas principais desse sucesso. Ostermann rejeita tais explicações.
Um mapa mundi noturno, mostrando os países com destaque para a iluminação, ilustra bem – literalmente – o que torna um país rico em termos relativos. Países como Coreia do Sul, Japão e Coreia do Norte escancararam o gritante contraste entre capitalismo e socialismo. De um lado – o capitalista, uma forte luz emana do mapa noturno, enquanto do outro lado – o comunista, jaz a mais completa escuridão. Nenhuma daquelas “causas” apresentadas acima explicaria tamanha diferença.
As duas Coreias, divididas após a Segunda Guerra, desfrutavam da mesma cultura, do mesmo povo, mas acabaram radicalmente distintas. O PIB do pais capitalista é muito maior, assim como o IDH, a altura média, tudo! A Coreia do Sul legou ao mundo diversos produtos desejados, como os carros da Hyundai, enquanto nada de útil vem da irmã do norte, a menos que o consumidor em questão seja um viciado em heroína.
Não existem laboratórios para experimentos controlados em economia, mas temos casos próximos disso, como as duas Alemanhas ou os cubanos de Miami e de Cuba. Em todos esses casos, como no da Coreia, o lado capitalista liberal prosperou, enquanto o lado estatizante e socialista terminou em miséria e escravidão.
Portanto, parece evidente que por trás dos casos de sucesso material temos um denominador comum, que é o capitalismo de livre mercado. Ostermann bebeu em Adam Smith também para explicar melhor isso: “É necessário pouco mais do que paz, impostos fáceis e uma boa administração da justiça para levar um Estado do barbarismo mais baixo ao mais alto grau de opulência; todo o resto é trazido pelo curso natural das coisas”. Em suma: liberdade!
O aumento da produtividade – fazer mais com menos – é o grande segredo do sucesso, a chave da riqueza. E isso só é possível com especialização, ocorrida em ambiente de liberdade sob sólidas instituições. Na linha de Smith, Ostermann citou o importante livro Por que as nações fracassam, de James Robinson e Daron Acemoglu. O foco dos autores na relevância das instituições formais é o ponto-chave aqui: cidades vizinhas do México e dos Estados Unidos apresentam indicadores sócio-econômicos bastante diferentes somente por conta das instituições distintas.
A liberdade econômica com instituições robustas parece ser a resposta procurada para a pergunta certa: qual a causa da riqueza? Regulações transparentes e leves, a estabilidade monetária, o império das leis e respeito à propriedade privada, a abertura comercial, o tamanho reduzido da carga tributária, são essas as variáveis que definem a liberdade econômica e, portanto, causam a riqueza de uma nação.
Quando entendemos isso, fica mais fácil compreender também o atraso relativo do Brasil e a quantidade expressiva de pobreza em nosso país. O liberalismo passou mais longe daqui do que Plutão da Terra!
Rodrigo Constantino
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS