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Qual a diferença entre 2013 e 2015?

2013 - 2Como já afirmou Thomas Sowell, ninguém escreve um livro de 500 páginas sem estar indignado com alguma coisa. No meu caso, foram os palpites completamente desbaratados da realidade que pulularam sem parar em 2013 (“o povo nas ruas”, “a gota d’água para o brasileiro”, “uma nova democracia nas ruas” etc).

2013 - 3Um movimento de massa foi o que começou em 2013 (e não só de junho de 2013: perdurou praticamente até antes do período eleitoral de 2014): cartazes, slogans, gritos genéricos, frases de efeito. Mas nenhum objetivo.

2013-4Em nenhum momento de suas obras podemos flagrar Trotsky sugerindo distribuição de santinhos, panfletos e disputa de eleições livres. Seu método é a mobilização – o PT da década de 90 para trás era trotskysta, antes de ter a grande influência gramscista dada por Ênio Silveira e Carlos Nelson Coutinho. Seu método é a mobilização nas ruas, não a disputa eleitoral limpa (os partidos trotskystas representam, juntos, menos de 1% das intenções de voto, mas certamente mais de 99% dos sindicatos).

2013-5A partir daí, entram mais pessoas, inclusive aquelas pouco interessadas em alguma causa correta ou artificial inicial. Com muita ou pouca afeição pelo pretexto introdutivo, passa-se a questionar a inteireza da autoridade atual, quase sempre exigindo-se soluções políticas para cada vez mais coisas – do preço das passagens à moral religiosa, de uma regulação econômica até a legitimidade de ter partidos políticos corruptos em disputa, quando um só, o do movimento de massa, pode ter todo o poder, garantindo que dará tudo “de graça” para o povo (mas com o próprio suor dos impostos do povo).

2013-6Estas soluções políticas são diferentes de soluções econômicas. A política só funciona tirando o dinheiro de alguém. Soluções políticas que surgem em um movimento de massa, portanto, são sempre para aumentar o poder do Estado e concentrar poder em umas poucas mãos selecionadas a dedo (por mera coincidência, exatamente aquelas que criaram o movimento).

2013-7Claro é que a maior parte das pessoas que integram um movimento de massa nem sequer sabe o que está fazendo. Provavelmente a maioria dos participantes de junho de 2013 não queria um poder totalitário, não acreditava em propostas insanas como “passe livre” (algo que simplesmentesumiu dos cartazes tão logo mais pessoas foram para as ruas, além do Movimento Passe Livre), queriam o fim do PT e dos políticos corruptos.

2013-8Nada de confrontos com a polícia, nada de revolução, nada de genérico e “traga sua pauta para fazer peso”, nada de otimismo cego com uma dominação completa do aparato estatal por uma nova mentalidade reivindicatória e dominadora, politizando toda a sociedade, nada de partidos políticos dominando toda a máquina estatal em caso de sucesso. Pelo contrário.

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