Que a personagem literária que mais represente os anseios da senhorita Lord pela “liberdade” seja a Rainha do romance Alice no País das Maravilhas, que mandava arrancar a cabeça de todos aqueles de que não gostava. Vigiar e Punir [1], é para isso que os movimentos sectários servem. Luta pela liberdade? Quem é livre sob tal censura?
É melhor parar por aqui, até mesmo porque o rapaz do começo do texto já deve ter saído do motel frustrado, rachado a conta, deixado a histérica em casa e lhe bloqueado no Whatsapp. Ele chegou a pensar em convidá-la para jantar, mas como a garota já havia lido Carol J. Adams e falado sobre o “machismo que pode haver no ato de comer carne”, ele preferiu recuar. Não gostaria de ter que discutir sobre A Política Sexual da Carne e a Relação Entre o Carnivorismo e a Dominância Masculina [2] durante o jantar. Enfim, quando Foucault vai ao motel, principalmente se acompanhado por Judith Butler, nada pode dar certo mesmo.
Se alguém conhecer Emma Lord, avise a moça que Aldous Huxley e George Orwell escreveram distopias, não manuais políticos.
[1] Alusão ao livro Vigiar e Punir, de Michel Foucault.
[2] Para aqueles que pensaram ser um exagero ou piada, me refiro ao livro de Carol J. Adams intitulado A Política Sexual da Carne: a Relação entre o Carnivorismo e a Dominância Masculina.