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Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

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Quem defende a igualdade de oportunidades está, em última análise, defendendo a igualdade de resultados, algo só possível mediante o estabelecimento de regras restritivas às ações e relações humanas com o uso da coerção.

Aqueles que tentam igualar oportunidades que estão disponíveis para todos, mas são aproveitadas tendo em vista as competências individuais e as circunstâncias que surgem do acaso, acabam por torná-las escassas.

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Igualdade de oportunidades nem é um objetivo moralmente justo, nem é metafisicamente alcançável.

A defesa de um ideal como a igualdade de oportunidades ou de resultados é feita por quem não está familiarizado com uma das leis da natureza, a lei da causalidade que diz que toda ação de uma entidade não pode contrariar sua natureza.

A natureza do homem é de um ser racional que precisa de liberdade para identificar e aproveitar com toda sua potencialidade, que pode ser maior ou menor do que os seus semelhantes, as oportunidades que surgirem e ele tiver capacidade de usufruir.

O aproveitamento desigual das oportunidades e a conquista desigual dos resultados está diretamente relacionada à natureza humana que determina que, como indivíduos, somos diferentes, ainda que tenhamos os mesmos direitos perante a lei.

A desigualdade econômica existente é um dado da realidade porque cada indivíduo possui capacidades e propósitos diferentes. Há aqueles que possuem elevado grau de inteligência, criatividade, produtividade e dedicação para produzir valor em grande quantidade para os outros, recebendo em contrapartida remuneração condizente com aquilo que produziu e ofereceu. Há também os que não tem tudo isso o que proporciona menor remuneração ou se têm, simplesmente não se interessam pelo valor material que isso poderia lhes proporcionar, preferindo apenas a satisfação pessoal com valores intelectuais ou espirituais.

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A única maneira de se eliminar desigualdades econômicas é proibindo os mais produtivos de produzirem ou tornando-os escravos da sociedade, o que, nos dois casos, diminuiria a criação de riqueza, elevando o grau de miséria e pobreza para todos.

O caso mais notório ocorrido na história na tentativa de eliminar as desigualdades ocorreu no Cambodia na década de 70, quando o tirano comunista Pol Pot, formado na Universidade de Sorbonne, aplicou um programa para a erradicação da desigualdade e acabou aniquilando quase 40% da população do país. Primeiro ele queria acabar com as cidades para que toda a população morasse no campo, depois queria acabar com a diferença entre os mais inteligentes e capazes e os menos inteligentes e incapazes, proibia o uso de equipamentos, óculos, conhecimento e tudo que pudesse diferenciar uma pessoa da outra para impedir que se gerassem resultados desiguais.

Obviamente que isso é impossível e desumano.

Tu aí, que és a favor da igualdade de oportunidades, é isso que tu propões?

Para falar em mérito é preciso falar em merecimento, em justiça. Num sistema de trocas voluntárias, onde cada um é livre para criar e produzir para os demais recebendo pagamento em retribuição, é justo que quem produz mais valor ganhe mais do que quem produz menos.

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É ridículo imaginar que não deveria ser assim. Se não é ridículo é doentio. Não pode ser saudável a mente que pretende promover a injustiça.

Interessante que nas sociedades mais livres e mais justas, onde a igualdade perante a lei predomina e as oportunidades são maximizadas pela liberdade, a produção de riqueza gera excedentes ao ponto de praticamente eliminar a miséria.

Já nas sociedades atrasadas, onde a falta de liberdade diminui as oportunidades disponíveis, exatamente por quererem eliminar a justiça e o mérito, substituindo-os pela igualdade de resultados, a miséria campeia.

Lembrem-se que enquanto existimos, somos diferentes uns dos outros; somente quando deixamos de existir, as diferenças desaparecem. É por isso que todos os que se dedicam a cultivar a igualdade de oportunidades e resultados acabam colhendo miséria e cadáveres.

Comentário do blog: Já defendi também que a igualdade de oportunidades é tão utópica e indesejável quanto a de resultados. Muitos “liberais” condenam esta, mas defendem aquela. Eles são movidos por uma preocupação legítima: quantos talentos não permanecem ocultos por falta de oportunidades? É justo nascer numa favela e competir com o filho de um rico? Mas poderíamos perguntar: é justo um nascer saudável e o outro enfermo? Um alto e o outro baixo? Um belo, o outro feio? A questão básica é que não é possível chegar a uma “igualdade de oportunidades” sem uma tirania desumana. Afinal, as desigualdades de oportunidade já começam na família, na genética, na educação que temos em casa, na rede de contatos, nas viagens etc. É impossível nivelar as oportunidades, sem falar de como cada um faz uso delas. Logo, o máximo que um liberal aceita é falar em melhores oportunidades, jamais em igualdade. E vamos debater os meios para tanto, sem monopolizar fins. Quem disse que é por meio de mais recursos e poder estatal que vamos garantir oportunidades melhores para os mais pobres? No caso da educação, por exemplo, os liberais entendem que os vouchers são bem mais eficientes do que as escolas públicas dominadas por sindicatos. Os pobres podem, assim, colocar seus filhos em escolas particulares melhores, ampliando as oportunidades de seus filhos, ainda que não se igualem a dos mais ricos. Falemos em melhores oportunidades, portanto, nunca em “igualdade de oportunidades”.

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