O deputado Julio Borges foi agredido junto com outros parlamentares nesta quinta-feira quando tentava entrar no Conselho Nacional Eleitoral. Borges fazia parte de um grupo de 60 deputados que foi ao órgão eleitoral exigir agilidade na validação das assinaturas para o referendo revocatório. Mas eles foram retirados à força. Segundo algumas versões, os agressores eram simpatizantes chavistas. Outros apontavam para a ação de policiais e de membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB).
Segundo o deputado oposicionista Tomás Guanipa, mais de 10 parlamentares foram agredidos por grupos em favor do governo venezuelano.
Fotos no Twitter mostram Borges com o rosto ensanguentado. Outro deputado, Alfonso Marquina, também foi agredido.
— Estamos no CNE exigindo o referendo. Vários deputados foram agredidos e a Guarda Nacional Bolivariana não fez nada — disse Juan Guaidó.
O confronto ocorreu num dia em que tanto manifestações de grupos pró-governo quanto da oposição estavam marcados. A Suprema Corte venezuelana proibiu protestos perto de órgãos públicos, alegando medidas de segurança.
Dificilmente a Venezuela escapará de uma guerra civil. A situação chegou a tal ponto que qualquer resquício de civilização foi suspenso. Quando as pessoas começam a disputar com os cães resto de comida nos lixos é porque vale tudo. Os ânimos estão à flor da pele, os estudantes se revoltam com violência, nada mais funciona, falta o básico. E, para piorar, há epidemia de sarna por falta de higiene.
A Venezuela é mais um estado falido. Mas por quê? Quem lê as notícias na imprensa não encontra a resposta. Parece que essa desgraça toda se abateu sobre o país do nada, veio do além. Hugo Chávez e Maduro falavam o tempo todo em “socialismo do século XXI”, mas eis o que raramente o leitor vai encontrar nessas notícias sobre o caos venezuelano: o termo “socialismo”. É como se não houvesse um elo causal entre uma coisa e outra.
Isso se deve, naturalmente, ao viés ideológico da própria imprensa. Cada nova experiência socialista resulta na mesma tragédia: miséria, opressão, violência. Simplesmente todas foram assim. Não obstante, os jornalistas e “intelectuais” sempre dão um jeito de culpar alguma outra coisa, um bode expiatório qualquer. Foi o populismo, foi a corrupção, foi a queda do petróleo, foi o embargo americano etc.
Não! Foi o socialismo! Como liberais e conservadores já sabiam que iria acontecer e tentaram alertar. A Venezuela chavista era elogiada por nossos “intelectuais” de esquerda, enquanto nós liberais e conservadores já falávamos que ia acabar muito mal há anos. Mas os cúmplices da desgraça resolvem, agora, poupar sua ideologia, evitar o uso da palavra “socialismo” para explicar o que se passa no país vizinho.
Você não pode defender sempre os mesmos meios e depois reclamar dos fins. Estes dependem daqueles, são derivados diretamente deles. “Insanidade”, dizia Einstein, “é fazer tudo novamente igual e esperar resultados diferentes”. A esquerda radical é insana. Insiste nos métodos socialistas, e depois fica perplexa com os mesmos resultados de sempre, procurando algum bode expiatório para levar a culpa.
Repitam comigo, e repitam mil vezes: foi o socialismo que destruiu a Venezuela. Foi o socialismo que levou o país ao caos. Foi o socialismo que produziu esse cenário de desespero. Foi o socialismo que plantou as sementes dessa iminente guerra civil. Foi o socialismo que sumiu com a comida e os remédios. Foi o socialismo que aumentou exponencialmente a violência, o crime e a miséria. O culpado é um só: o socialismo.
E todos aqueles que o defenderam, claro. Inclusive aqueles que ainda tentam protegê-lo, como se não fosse ele o único responsável pelo destino caótico do país. Quem ainda defende o socialismo, mesmo depois de tudo, defende claramente o resultado que vemos agora na Venezuela. Não há “embargo americano” para levar a culpa dessa vez.
Se você prega o socialismo, então você deseja para seu país o que se passa com os venezuelanos. Não importa o quanto você banque o humanitário descolado, o sujeito abnegado e altruísta, nem o quanto você repita, para você mesmo e para os outros, como se importa com os mais pobres. Se você é socialista você quer o destino venezuelano, pois os meios que você defende levam inexoravelmente a ele. É simples assim.
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