Por Fernando Fernandes, publicado pelo Instituto Liberal
O episódio com Karnal e Moro é a prova de que, na era do politicamente correto, “os seguidores fazem os líderes”. Depois de 32 horas (será que deu 32 horas?) Karnal “pediu penico” e desistiu. Suponho que ele não esperava que aquela foto fosse lhe dar o status imediato de “Direita chucra”.
Para quem não acompanhou, o historiador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Leandro Karnal decidiu apagar uma foto de um jantar com o juiz Sergio Moro publicada em seu perfil em uma rede social depois de sofrer inúmeras críticas de seus seguidores.
No Brasil para ser “direita” raiz, Karnal, você passa por um tratamento de choque no melhor estilo tropa de elite. Uns perdem emprego, outros espaço acadêmico e ninguém… repito: ninguém… escapa ao ousar manifestar sua opinião livremente. Aqui, não importa se você é direita no sentido conservador, liberal, libertário, ou mesmo, se é alguém que procura agir honestamente. Basta o exercício da liberdade de consciência e o ato de livre pensar e expressar que imediatamente você se torna criminoso. A pena para a “crime-ideia” é o assassinato de reputação, a desumanização sistemática, a espiral de silêncio e toda aquela censura preventiva.
Quem diria que o filósofo “modinha”, amado pelos revolucionários de apartamento não iria suportar a pressão de seus próprios súditos? Bom… não o culpo pela “arregada”. “Na real”, só os loucos e os com muita fibra não desistem. nem todo mundo tem peito para combater, ou ao menos suportar, o patrulhamento da polícia do pensamento da turma da São Salvador (para quem é de fora do Rio de Janeiro, esta é a área identificada com o Marcelo Freixo). Isso porque eles se autocongratulam como a turma do “maix-amô-pufavô”, imagina se fossem da turma do ódio.
Enfim, o apedeuta – para usar o termo preferido de outro – provou do próprio veneno. Enquanto, o filosofo “Nutella” apagou foto de rede social pra agradar seus “followers”, Sócrates tomou cicuta pra defender seus pensamentos. Vai dar muito trabalho pra limpar o Brasil desta tentativa de engenharia social, mas a presença dessa fiscalização histérica do adversário ao menos serve para expulsar oportunistas e aproveitadores. Em certo sentido, há benção em nossa maldição.
Nota: O artigo contou com contribuições de Paulo Maccedo.
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