Por Heitor Machado, publicado pelo Instituto Liberal
O IBGE anunciou hoje a inflação de 2017. O número foi de impressionantes 2.95%, algo muito raro em nosso país. Basta lembrar que há apenas 2 anos, tínhamos mais de 10% de inflação por ano. Os destaques de queda de preços ficaram a cargo dos alimentos. Só o feijão acumulou uma queda de 47% no ano, o que vai impactar muito no valor que cada brasileiro paga para almoçar o tradicional arroz com feijão.
Apesar da maioria dos brasileiros temer (com razão) a inflação, dada a nossa história recente de dezenas, às vezes centenas de pontos percentuais de aumento generalizado de preços, parece que começamos a esquecer o passado. Mas quem é que ganha quando a inflação está baixa?
A resposta para essa pergunta é fácil: todos. Cada brasileiro que consome bens e serviços é beneficiado pela queda de preços. Esse ano com determinado valor eu compro 10 sacos de arroz, no próximo ano eu quero comprar 9 ou 11 com o mesmo valor? Claro que aqui não estou levando em consideração o salário, que aliás também pode ter inflação, mas é uma simplificação aceitável.
Você quer sempre ganhar poder de compra. Há quem diga que “dinheiro não traz felicidade” ou que “vivo bem com o que eu ganho”, mas o fato é que o homem vive para diminuir o seu desconforto todo dia. Mesmo quem quer sair do estresse da cidade e ir para o campo está diminuindo o próprio desconforto. Ainda que financeiramente receba menos dinheiro.
Além disso, a maioria esmagadoras de itens para consumo serão proporcionalmente mais utilizados por quem é mais pobre. O mecânico que ganha perto de um salário mínimo gasta muito mais da sua renda com consumo que o promotor do ministério público com seus nababescos 20 e tantos mil reais.
O controle da inflação é bom para todos, mas é melhor ainda para quem é mais pobre. Então, sempre que você ouvir que é considerável um pouco de inflação, pergunte para a pessoa porque ela deseja que tenhamos menos conforto.
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