
“Restaure-se a moralidade, ou locupletemo-nos todos.” – Stanislaw Ponte Preta
A “Lista de Fachin” com base nas delações da Odebrecht realmente chacoalharam o país, com tudo que é partido grande envolvido em esquemas de caixa dois e propina. Já disse, mas é sempre bom repetir: embaralhar tudo como se não houvesse diferença entre caixa dois e o que fez o PT no poder, tentando instaurar no Brasil um regime totalitário de partido único, é um grande equívoco que só interessa aos petistas.
Como tem circulado por aí, “As pessoas que querem ver Lula preso, também querem ver Aécio na cadeia. Já as pessoas que querem o Aécio preso, querem Lula presidente em 2018”. Todo corrupto tem que ser “varrido da política” mesmo, mas digo duas coisas: o que o PT fez foi muito pior do que “só” corrupção; e conheço pouca gente que se empolgava com Serra ou mesmo Aécio. Eles eram apenas as alternativas menos piores. Mas a empolgação mesmo, a idolatria até, era coisa de petista, gente acéfala disposta a se mobilizar para defender Lula contra Sergio Moro.
Dito isso, que a lambança era geral, ao menos em termos de corrupção padrão, isso está claro. Quase todos os grandes aderiram de alguma forma aos esquemas em simbiose com grandes empresas, como a Odebrecht. Gustavo Nogy comenta o caso:
Que o fim do mundo começaria no Brasil, ninguém duvidava. Mas essa lista dos who’s who da podridão na república chegou em boa hora. Não apenas porque é sempre divertido ver tanta gente poderosa com o rabinho entre as pernas, mas principalmente: há vergonha para todos os desgostos. Salvo os partidos ou políticos irrelevantes e incompetentes até mesmo para a corrupção, todos os grandes estão muito bem representados. O PT, naturalmente, puxa a fila. É a quadrilha que dava o tom, empunhava a batuta, ditava o ritmo da escabrosa sinfonia nacional. Mas logo em seguida temos o PMDB, esse organismo mais resistente que a mais resistente das baratas; o PSDB, ajuntamento de quem não sabe direito onde enfiar a cara, e acaba enfiando onde não devia; e grande elenco. Ministros, deputados, ex-presidentes, carnaval em Salvador. Com isso está destroçado o discurso petista de que as investigações tinham cunho político; tanto é verdade que Cunha está na cadeia. Também está desfeito o conto de fadas segundo o qual PSDB era a virgem só de vez em quando violada, mas cheia de dignidade. PMDB, como jogador ruim, a gente não precisa marcar: dele, a natureza cuida. Mas como ficarão os militantes? Com a implicação de gente do PSDB na lista, petistas agora exigirão presteza e rigor nas investigações? Com a lama engolindo o PT, tucanos exigirão respeito ao devido processo legal? Quem sobreviver ao apocalipse apague a luz.
Poucos dos importantes políticos após a redemocratização restaram limpos depois do escândalo. E eis o cerne da questão aqui: temos um modelo, desde então, dependente demais do estado, concentrando poder demais nos políticos, variações dos cinquenta tons de vermelho. Esse inchaço do governo é nosso maior problema, que atrai corruptos como moscas ao mel. Muitos falam de “reforma política” deixando de fora o essencial: o excesso de poder estatal. João Luiz Mauad, colaborador do Instituto Liberal, comentou:
Esse episódio da Odebrecht é a confirmação insofismável daquilo que Jonah Goldberg descreve no excelente Fascismo de esquerda – quem ainda não leu, corra para a livraria, pois é imperdível. Segundo ele, diferentemente do passado, a esquerda hoje não pretende expropriar os empreendimentos e os capitais privados, mas, ao contrário, utilizá-los para implementar sua agenda político-ideológica. Para isso, é desejável que algumas poucas empresas sejam tão grandes quanto possível, afinal o que é mais fácil: colocar cinco mil gatos para puxar a carroça, ou um imenso par de bois?
É exatamente isso. O socialismo moderno não faz como o velho, salvo raras exceções. Não pretende abolir a propriedade privada, mas sim controlá-la. Não quer exterminar o lucro, e sim colocá-lo a serviço da causa. Não odeia os capitalistas, quer atraí-los, ao menos os maiores, para um grande esquema de poder e corrupção. É o fascismo de esquerda, antiliberal até a medula, pois o liberalismo é o maior antídoto contra essa doença do estatismo.
O Brasil tem que recomeçar quase do zero. É preciso superar essa fase de esquerdismo após a redemocratização, em que PSDB e PT oscilaram no poder, sempre tendo no PMDB seu sustentáculo de “governabilidade”. Esses três partidos, em que pesem suas diferenças e os defeitos bem maiores do PT, porque ideológico e totalitário, precisam se tornar cartas fora do baralho. Precisamos de algo NOVO, e atenção: não tem nada a ver com PSOL ou Rede, reedições do próprio PT que pregam mais estado ainda como solução para os males causados por excesso de estado.
Ou o Brasil vai de liberalismo pela primeira vez na vida, ou vamos continuar vendo escândalo atrás de escândalo, e uma turma de idiotas úteis torcendo para uns ou para outros safados como se fossem time de futebol, mas sem alterar o mais importante: as regras do jogo.
Rodrigo Constantino
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