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Recordar é viver: como colunistas da Folha analisaram vitória de Reagan em 1980
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Trump é uma ameaça às liberdades. Trump não tem condições de governar nada. Trump é um imbecil. Trump carrega junto consigo o germe do fascismo. Trump vai causar uma guerra. Vimos o grau de histeria na imprensa quando o magnata republicano venceu as últimas eleições. Mas será que tanta afetação faz sentido?

O Reaçablog reuniu alguns comentários feitos por colunistas da Folha de SP quando outro republicano que era constantemente ridicularizado pela mídia foi eleito: Ronald Reagan. As pessoas esquecem, mas Reagan recebia exatamente o mesmo tipo de crítica da intelligentsia, era retratado como um ator imbecil, beligerante, simplista, que falava em “eixo do mal” e “império soviético”, e que levaria o mundo a uma Terceira Guerra Mundial.

Claro que não aconteceu nada disso. Muito pelo contrário: o império soviético, que era do mal mesmo, ruiu, junto com o Muro de Berlim, os Estados Unidos viveram uma era de prosperidade, e Reagan passou a ser um ídolo, e um dos presidentes mais bem avaliados da história.

É óbvio que Trump não é Reagan. Este havia sido governador da Califórnia e tinha uma bagagem intelectual, em minha opinião, maior na defesa dos valores liberais e conservadores. Mas o ponto aqui é outro: em que pesem as diferenças entre Reagan e Trump, para a mídia, torcedora como sempre e esquerdista por vocação, eles eram iguais. E ambos representavam e representam uma enorme ameaça fascista e belicosa ao mundo. Uma piada! Eis as colunas dos “especialistas”:

Um caubói idiota que jogaria o mundo todo no caos, mergulharia o planeta no escuro. Essa turma adorava Jimmy Carter, o pior presidente dos Estados Unidos (até chegar Obama, claro). E isso é uma pequena amostra só da Folha. Se formos buscar o que os “especialistas” diziam no NYT e na CNN, teremos fartura para um livro inteiro, não um simples artigo. Quase todos estavam apavorados com um Reagan no poder. A história mostrou que estavam errados, que fizeram torcida ideológica em vez de análise, que deixaram a retórica falar mais alto do que os fatos.

Trump não é Reagan. Mas começou de forma parecida: sendo ridicularizado pela mesma intelligentsia, e propondo reformas interessantes que reduzem o papel do estado na economia e tratam com mais clareza moral os inimigos da liberdade. Ele ainda pode acabar como um grande presidente americano, para o pânico dessa esquerda…

Rodrigo Constantino

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