Como a memória dos brasileiros em geral e dos petistas em particular costuma ser bem curta, nós estamos aqui, com total desprendimento num ato de puro altruísmo, para ajudá-los. Os petistas haviam prometido expulsar os integrantes do partido que tivessem sido condenados pela Justiça, lembram? Não? Então lá vai, para refrescar a memória fraca:
Propaganda do PT divulgada nas redes sociais nesta terça-feira (5) afirma que o partido vai adotar a prática de expulsar integrantes que forem condenados na Justiça.
A propaganda, que tem 10 minutos de duração, vai ao ar na TV na parte da noite. Na peça, há uma fala do presidente da legenda, Rui Falcão, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas não há fala da presidente Dilma Rousseff. À noite, durante a exibição do programa, houve um panelaço de protesto em várias cidades do país.
“O PT é uma instituição com milhões de filiados e simpatizantes em todo o Brasil. Gente como você, que sempre sonhou e lutou por um país mais justo e solidário. Gente que não convive nem é conivente com ilegalidades e quer, igual a você, o fim da impunidade. Por isso, qualquer petista que cometer malfeitos e ilegalidades não continuará nos quadros do partidos”‘, afirma Falcão no vídeo.
Após a fala de Falcão, aparece o apresentador do programa, que diz: “Você ouviu. Qualquer petista que ao final do processo for julgado culpado será expulso”.
Pois é. Eis que agora o próprio Lula, líder do grupo, guru da seita, “Nosso Guia”, foi condenado a quase dez anos de prisão pela Justiça. Será ele expulso do partido? E os demais, que foram condenados, que até cumpriram parte da pena ou ainda cumprem, e que continuam na quadrilha, digo, no partido? E Dirceu, que continua operando nas sombras?
Fica claro que essa era apenas mais uma mentirinha dos mentirosos, que mentem para viver (de enganar trouxas e expropriar a população). “A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude”, resumiu com perfeição La Rochefoucauld.
O PT sabe que sua “ética revolucionária”, i.e., a total falta de uma ética, não é aceitável para a maioria da sociedade, e por isso precisa mentir, fingindo que segue a mesma moral dos demais. Não segue. Para o PT, a mentira é o método aceitável, necessário até, para sua “nobre causa”: o poder.
E por isso o partido cria um mecanismo de estímulos contraditórios que produzem dissonância cognitiva em seus seguidores, membros da seita, que passam a encarar a contradição como algo normal, enquanto endeusam o guru safado.
Está claro que a quadrilha, disfarçada de partido e efetivamente transformada em seita ideológica fanática, abusa desse instrumento de contradição e mentiras deslavadas para manter seus fiéis discípulos eternamente encantados com Lula, o líder messiânico.
O charlatanismo passa, então, despercebido, e quando Lula fala, “o mundo se ilumina”, como disse a filósofa Marilena Chaui. É por isso que Lula pode ser pego com o batom na cueca, com a boca na botija, ser condenado, viver como um nababo em jatinhos particulares, acumular milhões em “palestras” que mascaram propinas, e ainda assim os petistas saem em sua defesa, cuspindo na Justiça, condenando Moro, alegando perseguição política àquele humilde operário que só quer ajudar os mais pobres.
E aquele papo de expulsar os condenados? Ora, é deliberadamente ignorado, substituído pela narrativa de vítima, como se a condenação fosse uma injustiça e um ato político. Logo, não é preciso mais lembrar da velha promessa. A contradição nunca incomodou as lideranças petistas, e é a arma de sedução das bases imbecilizadas.
Rodrigo Constantino
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