Atenção! Esse texto requer o consumo de ao menos duas cápsulas de Engov e mais duas de Plasil. E retirem as crianças do recinto! A jornalista Carol Patrocínio, em blog voltado para o público feminino, publicou as “obras de arte” de um fotógrafo que resolveu brincar com os corpos humanos, misturando homem e mulher.
Até aí dá para engolir – ou não. Mas em vez de ela se limitar a comentar a coisa pelo ponto de vista estético (e tem que ser muito perturbado para achar bonito o resultado), eis que resolveu fazer um proselitismo ideológico tosco sobre a “identidade de gênero”. Essa “coisa” de homem com pênis e mulher com vagina está muito ultrapassada! Diz a moça:
Meninos têm pênis e meninas têm vagina. É assim que uma criança explica a diferença entre homens e mulheres no filme “Um Tira No Jardim de Infância”. Sinto informar, mas as coisas não são tão simples assim. Existe a identidade de gênero e todo mundo pode se identificar com tudo.
Oh, really? Então é possível se identificar com “tudo”? Que tal com uma girafa? Ou uma vaca? Identidade pressupõe justamente exclusão: nos identificamos com algo porque marcamos a diferença. Identificar-se com “tudo” é o mesmo que não se identificar com nada, algo absurdo.
Reparem ainda que, para a jornalista, é coisa de criança explicar a diferença entre homens e mulheres com base na biologia. É algo muito… simplista! Quem foi que disse que homem é aquele que tem um penduricalho na virilha e mulher uma cavidade? Que coisa mais obsoleta, antiquada, reacionária! Ela insiste:
Ainda não entendeu direito? Resumidamente, é assim:
– Pensando no sexo biológico de maneira binária, todo mundo nasce com pênis ou vagina. Isso é o sexo biológico, mais nada.
– Identidade de gênero é a forma como você se sente. Você pode ter um pênis e se sentir uma mulher. Seu sexo biológico pode ser diferente da sua identidade de gênero.
– Orientação sexual diz respeito a atração romântica e sexual. Ela não tem ligação nenhuma com seu sexo biológico ou identidade de gênero, é algo totalmente independente. Você pode nascer com vagina, identificar-se como homem e sentir-se atraído por mulheres. Ou homens. Ou por ninguém.
Respeitar o outro é aceitar que a identidade de gênero seja mais importante do que o sexo biológico, afinal, somos construções sociais e, no fim das contas, importa mais como você se relaciona com o mundo ou o que tem entre as pernas?
Somos “construções sociais” uma ova! Fale por si só! Essa gente não tem limite na defesa do absurdo. O relativismo é total. Vale tudo. Agora temos até que considerar o hermafrodita a coisa mais natural e normal do mundo? A verdadeira revolução é a cultural, e os relativistas estão vencendo, para a infelicidade geral.
Já conseguiram relativizar completamente o conceito de família, de casal, e agora a próxima vítima é o conceito de homem e de mulher. Você é macho ou fêmea? “Depende. Tenho corpo de macho, mas é que hoje acordei com uma vontade de ser mulher…” Então, pela ótica bizarra dos relativistas, você é mulher!
E ai de quem ousar discordar: não passa de um reacionário com a mentalidade de uma criança simplista. Socorro!
PS: Não divulguei no blog as imagens do fotógrafo pois, além de considerá-las verdadeiras aberrações, tenho consciência de que crianças podem acessar o blog, e ao contrário da jornalista do Yahoo!, não acho saudável que elas percam seus conceitos “binários” de homem e mulher.
PS2: Um leitor fez um comentário pertinente no meu Facebook. O engraçado é que essas pessoas que defendem a ‘identidade de gênero’ como uma ‘construção social’ são as mesmas que urram contra a ‘cura gay’. Ora, se a pessoa pode ter o ‘gênero’ que ela quiser, e ninguém ‘nasce gay’, por que, em tese, um homossexual não poderia renunciar à sua homossexualidade e querer ser hétero? A contradição é evidente.
Rodrigo Constantino